Kelly Oliveira
Apesar de registrar os maiores níveis de comprometimento de renda com dívidas, o Distrito Federal (DF) foi uma das unidades da Federação com as menores taxas de inadimplência em 2014.O resultado, divulgado nesta sexta, 12, pelo Banco Central (BC), consta do Relatório de Economia Bancária e Crédito referente a 2014.
De acordo com o documento, o comprometimento de renda das famílias no DF chegou a 27,1% em 2012, caiu para 26,6%, em 2013, e para 26,3%, em 2014. Segundo os dados, a inadimplência do DF (3% para pessoas físicas) é “relativamente baixa” quando comparada com estados como o Amapá, onde o comprometimento da renda ficou em 25,8%, em 2014, e a inadimplência em 4,6%.
“Tal comportamento pode, em parte, ser atribuído ao fato de o Distrito Federal ter a maior renda per capita do país (R$2.055), muito superior à de São Paulo (R$1.432), segunda maior renda do país, em contraposição ao Amapá (R$ 753)”, acrescentou o relatório.
Entre as unidades da Federação, o Mato Grosso é o que apresenta a menor taxa de inadimplência de pessoas físicas (2,5%). O comprometimento de renda do estado ficou em 23,5%. Em todo o país, a inadimplência das famílias atingiu 5,1%, em 2012, 4,1%, em 2013 e 3,7%, em 2014. O comprometimento de renda passou de 23,4%, em 2012, para 23,1%, em 2014.
O BC informou ainda que há alta concentração dos empréstimos em apenas três unidades da Federação, com participação superior a 50%. O estado de São Paulo apresenta a maior participação no total de empréstimos. Contudo, essa participação relativa diminuiu continuamente, passando de 35,4%, em 2011, para 32,9%, em 2014.
Em contrapartida, o Rio de Janeiro, segunda maior unidade em participação no total de empréstimos, apresentou trajetória oposta, aumentando a participação ao longo do período, de 14,3%, em 2011, para 16,7%, em 2014. A participação de Minas Gerais passou de 8,7% para 8,6%, no mesmo período. Juntos, os três estados reduziram levemente a participação de 58,4%, em 2011, para 58,3%, no ano passado.
No tópico especial sobre atuação de bancos estrangeiros no Brasil, o estudo do BC conclui que as taxas de juros cobradas pelos bancos estrangeiros para pessoas jurídicas (empresas) são, em média, inferiores às cobradas pelos bancos privados nacionais e públicos.
Conforme o relatório, os bancos estrangeiros parecem promover maior concorrência no mercado de crédito para pessoas jurídicas. Segundo o BC, os bancos estrangeiros buscam “nichos de mercados com menor assimetria informacional”.
Agência Brasil