O crescimento da zona do euro e da União Europeia será levemente menor neste ano do que o previsto anteriormente pela Comissão Europeia. Em seu relatório quadrimestral, a Comissão afirmou que o crescimento global fraco, com desaceleração da China e de outros mercados emergentes, bem como questões geopolíticas, em especial a falta de um acordo sobre a crise dos refugiados, podem prejudicar mais a economia da região.
A zona do euro deverá crescer 1,7% neste ano, abaixo da previsão de expansão de 1,8% feita no relatório de novembro, embora um pouco mais que o avanço de 1,6% registrado no ano passado. Para 2017, a projeção é de que a zona do euro cresça 1,9%, em linha com cálculos anteriores.
A estimativa para a União Europeia é de crescimento de 1,9% neste ano, em linha com 2015, mas abaixo da previsão anterior de 2,0%. A Comissão prevê avanço de 2,0% em 2017, também abaixo da taxa de +2,1% estimada em novembro.
Um fator que continua pesando sobre o sentimento, especialmente na zona do euro, é a inflação persistentemente baixa, mesmo diante dos esforços do Banco Central Europeu (BCE) para estimular o consumo por meio do programa de compras mensais de ativos.
A expectativa de inflação na zona do euro neste ano é de uma taxa de 0,5%, metade da taxa de 1,0% esperada anteriormente. Para 2017, a Comissão reduziu a estimativa de 1,6% para 1,5%. A meta de inflação do BCE é de pouco menos de 2,0%. Na União Europeia os preços ao consumidor devem subir 1,5% neste ano e 1,6% no próximo.
Com relação à taxa de desemprego, a Comissão reduziu a estimativa para a zona do euro neste ano de 10,6% para 10,5% e em 2017 de 10,3% para 10,2%. O desemprego na União Europeia também deverá ser menor que o esperado em novembro. A projeção para este ano passou de 9,2% para 9,0% e no próximo ano foi de 8,9% para 8,7%.
As novas projeções destacam como a União Europeia continua com dificuldades para se recuperar da crise financeira global de 2008 e da crise de dívida que se seguiu – apesar da queda nos preços do petróleo, dos baixos custos de financiamento dos governos e do relativamente baixo valor do euro, fatores que normalmente favorecem o crescimento econômico.
“A recuperação é lenta, tanto em perspectiva histórica quanto comparada com outras economias avançadas”, comentou a Comissão no relatório.