Remoção de moradores na Favela do Metrô termina em tumulto
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emUm tumulto entre policiais e estudantes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), na Zona Norte, interditou a Avenida Radial Oeste, na noite desta quinta-feira (28). De acordo com o G1, os alunos faziam uma manifestação contra a remoção de moradores na “Favela do Metrô”, nas proximidades da universidade. Os policiais chegaram a atirar bombas de efeito moral em direção ao estacionamento do campus. Não havia informações sobre feridos até 20h.
Os estudantes participavam de uma assembleia no campus do Maracanã, que decidia se os professores entrariam em greve, quando souberam que a Polícia Militar fazia a desocupação na comunidade, determinada pela Prefeitura.
“A gente foi informado que iam retirar os moradores ali na favela e que estavam batendo neles. A gente se reuniu para protestar lá. Estávamos nos manifestando pacificamente. Quando fechamos a rua, já vieram batendo na gente”, contou o estudante de direto William Júnior.
Moradores da comunidade e alunos da Uerj teriam revidado com pedras, segundo William. Alguns estudantes correram de volta para o campus. Durante o tumulto, a PM ainda teria atirado bombas de efeito moral em direção ao estacionamento da universidade. Alunos e professores ficaram “presos” dentro do campus, durante o tumulto. Um dos prédios teria sido depredado.
Procurada pelo G1, a Polícia Militar não se posicionou sobre a confusão. O 4º BPM (São Cristóvão) informou apenas que enviou viaturas ao local.
Remoção em favela
A favela do Metrô Mangueira, localizada às margens da Avenida Radial Oeste, no Maracanã, na Zona Norte do Rio, vem sendo demolida desde a noite de quarta-feira (27). O protesto de moradores devido aos trabalhos de remoção da prefeitura fez com que a Radial Oeste fosse interditada nos dois sentidos por volta das 18h30 desta quinta-feira (28). Estudantes da Uerj se juntaram ao protesto. O trânsito foi liberado nos dois sentidos por volta das 18h50.
Gustavo Duarte, comerciante no local há 15 anos, mostrou que os moradores do local fizeram um recurso administrativo sobre a demolição no dia 15 de maio. Segundo ele, o processo que está acontecendo no local é uma repetição do que houve em 2014, quando a favela chegou a ser ocupada pelo Batalhão de Choque.
“Estão rasgando os direitos dos cidadãos para esconder nossos problemas sociais. Demolir comércios que existem no local há 30 anos e desempregar mais de 500 trabalhadores sem o devido processo legal é uma prática fascista”, acusou Gustavo.
Em nota, a Secretaria de Ordem Pública afirmou, por volta de 12h desta quinta-feira, que uma operação contra a desordem urbana foi realizada pelo órgão, em conjunto com diversos órgãos da prefeitura. Foi demolido um prédio três andares e outros dois de dois andares localizados na Favela do Metrô, na Avenida Radial Oeste, na Zona Norte do Rio, nesta quinta-feira (28).
Segundo informaçao da Seop, as edificações estavam vazias, foram erguidas em área pública e tiveram a estrutura condenada após vistoria de técnicos da prefeitura.