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Renato, Eduardo, Mônica.. Somos a cidade do rock

Se tem uma coisa que é a cara de Brasília… é esse tal de rock’n roll! Então na nossa lista de 60 motivos culturais para amar a cidade, o destaque de hoje é para quatro gerações do rock tipicamente brasiliense. Claro que há muitos mais do que os que citaremos aqui, mas… esses aqui são bons representantes dos pensamentos de cada uma dessas gerações.

Impossível não abrir a listinha de hoje com Legião Urbana, né? Legião é tão, mas tão a cara da leva dos anos 1980 do rock brasiliense que, repare só: esta é a Praça Eduardo e Mônica, no Parque da Cidade – em destaque, o monumento que representa a partitura da canção:

Já a placa abaixo lembra onde tudo começou: destaca o local em que se apresentou pela primeira vez a banda Aborto Elétrico, a primeira banda do vocalista Renato Russo.

A placa fica num centro comercial do bairro do Lago Sul, em Brasília. Foi instalada ali em 1999, quando o governo local criou um “roteiro Legião Urbana”, destacando locais marcados pela presença da banda enquanto esteve na ativa. Com o tempo, boa parte desses marcos foi se perdendo pela cidade e este é dos poucos sobreviventes.

A cidade ainda abriga o Espaço Cultural Renato Russo.

Centro importante para a formação de artistas em Brasília, abriga os teatros Galpão e Galpãozinho e foi criado a partir da desativação de antigos depósitos que serviram para a construção da capital.

O projeto arquitetônico é de Tomie Ohtake e seu principal entusiasta – que o tornou um centro cultural robusto quando foi reinaugurado em 1992 – foi o multiartista e jornalista TT Catalão, que morreu no segundo dia deste 2020.

Legião é sinônimo de tanta memória, de tanta história, que este ano entrará em cartaz o terceiro filme inspirado em suas canções ou em sua trajetória: será a vez de Eduardo e Mônica – essa, estrelada por Alice Braga. Vale destacar os ótimos Faroeste Caboclo e Somos Tão Jovens.

Geração Baré-Cola – Usuários do Rock é o filme de Patrick Grosner que, finalmente, batizou toda uma geração de roqueiros surgidos na década seguinte ao boom do rock nacional que tem pouca ou nenhuma ligação com a turma da Legião, Plebe Rude e Capital Inicial – a não ser o fato de dividir as mesmas paisagens.

O fato é que o rock já não mais empolgava tanto a indústria fonográfica naquela década, então a cena foi se organizando de forma mais difusa. Até que explodem no cenário nacional os Raimundos e, ao mesmo tempo, Little Quail e, em menor escala, Os Cachorros das Cachorras.

Geração Baré-Cola brinca com a canção Geração Coca-Cola, da Legião, que pode identificar os roqueiros da década anterior. Mas, a partir do estouro e da saída das bandas do início dos anos 90, muitas deixaram a cidade e outras tantas surgiram. E, sem espaço para tocar ao vivo, acabaram se aglutinando no subsolo de um bloco comercial da quadra 207 Norte, dando origem a um novo ciclo de rock na capital: o Porão do Rock.

Esses caras revolucionaram completamente o rock’n roll da capital. Os Móveis Coloniais de Acaju explodiram no finalzão dos anos 1990 e se consolidaram nos 2000. Ganharam enorme projeção criando uma “fake news” fanfarrona que deu muito certo: atribuíram o estranho nome da banda à Revolução do Acaju, no texto de divulgação do primeiro show na capital paulista. Só que essa revolução jamais ocorreu. O resultado? A imprensa especializada reproduziu sem checar. A história era boa… Bingo.

A banda encerrou suas atividades no último dia de 2016, após 18 anos em atividade, num show de despedida no Museu Nacional da República – obra icônica da Esplanada dos Ministérios. Mas deixou seu legado, tanto na agitação da música local – tendo realizado inúmeras edições de seu festival Móveis Convida – quanto no audiovisual.

Vale a pena assistir aos clipes Vejo em Teu Olhar, no qual enveloparam as paradas de ônibus da cidade, e o filme Mobília em Casa, em que visitam locais tipicamente brasilienses.

O Scalene é o grupo mais representativo para o cenário do rock atual na cidade e é a cara do que se anda produzindo por aqui. E “produção” é a palavra: é de parte da banda o Festival Coma (Convenção de Música e Arte), que já está no calendário de eventos da cidade.

Eu seria capaz de fazer uma lista imensa de 60 motivos roqueiros para amar Brasília, mas vamos lá: a bem da verdade é que todas as bandas surgidas aqui são muito a cara da cidade.

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