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Moleque Atrevido

Respeite quem pode chegar onde a gente chegou

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Autor/Imagem:
José Seabra - Foto Arquivo Pessoal

A foto acima é histórica. Guardo como uma verdadeira relíquia. Foi forjada nas lentes do deus do Olimpo Mino Pedrosa.  Já se vão oito, dez anos. Não tenho – não por ter disputado, mas simplesmente por não fazer por merecer – os Prêmios Esso do repórter fotográfico que segui desde os primeiros passos.  O flagrante foi o último em que me apresentava como repórter. De lá para cá, bermudas, camisetas regatas e sem o tradicional chapéu. Permitir-me, a partir de então, degustar um café em on e em off com algumas fontes das mais fidedignas, embora outras nem tanto, motivos pelos quais as risquei da lista.

Visionário para alguns, e mestre para outros, quando decidi, há 24 anos, colocar no ar Notibras, sinto que está chegando a hora de dedicar o tempo que me resta a escrever textos não necessariamente noticiosos, informativos. Restringir-me-ei, portanto, a manter apenas este Periscópio. A redação, com direito a alguns pitacos meus, será confiada, no momento oportuno, a Marta Nobre, Preta Abreu e Mathuzalém Jr. São jornalistas renomados, como de resto toda a equipe, a exemplo de Armando Cardoso, Malu Oliveira, Wenceslau Araújo, Dora Andrade, Luciano Lopes, Arimathéia Martins, Sonja Tavares, Antônio Albuquerque, Bartô Granja, Manly Spyke, Diego Tinoco, Eduardo Martínez, Daniel Marchi, João Moura, e um grupo de 11 estagiários.

De março de 1970 a junho de 1999, passei por grandes redações. Admito, porém, que meu grande aprendizado como profissional foi na Folha, sucursal Brasília, onde as lições de Leleco, Cláudio Coletti e Ruy Lopes, em especial, transportaram-me à Escola de Ceminha, em Casa Forte,  onde aprendi as primeiras letras. Com a proximidade de mais um Dia das Mães, pedi a meus sucessores de sangue, enquanto pai, que vivem em meu entorno, três presentes. De cada um, um pijama. Como os três têm bom gosto, tenho consciência de que serão modelos e tecidos diferentes.

Aos coleguinhas que vi nascer digitando matérias em Notebooks, uma novidade diante das velhas Remington que utilizei nos meus primórdios de jornalismo, votos de sucesso. Principalmente àqueles que, procurando adaptar seus veículos ao projeto Notibras, adotam modelos quase tão dinâmicos como os nossos. A informação está globalizada. E bandeirinhas que levam a traduções simultâneas, têm valor. Afinal, como na arte, no jornalismo nada se cria. Tudo se copia.

O ‘Moleque Atrevido” – ouso usar frases de Jorge Aragão para uma paródia – está quase parando. Quem foi que falou que não sou um repórter atrevido?/Ganhei minha fama de bamba nas redações/Fico feliz em saber o que fiz pela imprensa, faça o favor/Respeite quem pode chegar onde a gente (a turma de Notibras) chegou/Somos linha de frente de toda essa história/Nós somos do tempo da imprensa sem grana, com glória/A gente chegou muito bem/Sem desmerecer a ninguém/Enfrentando no peito um preconceito/E muito desdém/Hoje em dia é fácil dizer/Que redação é raiz/Mas tá chovendo gente que só escreve fake e não sabe o que diz/Por isso vê lá onde pisa/Respeite a camisa que a gente suou/Respeite quem pode chegar onde a gente chegou.

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