Depois de uma discussão dentro de seu apartamento, na última sexta-feira, o publicitário Eduardo Tadeu Pinto Martins, 47 anos, agrediu e matou o zelador de seu prédio, Jezi Lopes de Souza, 63 anos. Segundo a polícia, essa foi a versão contada por Eduardo ao confessar o homicídio.
A sucessão de fatos que viriam a seguir, o corpo esquartejado e queimado, mostra não um assassinato acidental, mas uma frieza e vontade de camuflar “um crime horroroso”, segundo o delegado da quarta delegacia seccional de São Paulo, Ismael Rodrigues. Eduardo e sua mulher, a advogada Ieda da Silva Martins, 42 anos, foram presos temporariamente por 30 dias na noite desta segunda-feira. A polícia ainda tem dúvidas sobre a participação dela.
Ao longo de quatro dias, Eduardo matou Jezi (na segunda-feira); transportou o corpo até a casa do pai em Praia Grande, no litoral paulista (sábado); esquartejou o cadáver usando um serrote (domingo); incinerou parte do corpo na churrasqueira da casa na baixada santista (segunda-feira).
Na sexta-feira, por volta das 16h, Jezi foi ao apartamento do publicitário, no prédio onde trabalhava como zelador, na zona norte de São Paulo, entregar a correspondência – como mostram imagens de câmeras de segurança do edifício. Eles teriam discutido por “coisas banais. Coisas de condomínio”, relatou Ismael. Eduardo achava que o zelado furtava seus jornais, além de ter um atrito por uma questão da garagem. Após discutirem, os dois teriam entrado em luta corporal, quando, segundo o suspeito contou à polícia, a vítima caiu, bateu a cabeça no batente da porta e morreu.
A filha de Jezi, Sheyla Viana de Souza, 27 anos, relatou que uma moradora lhe contou “ter ouvido gritos de discussão, pedindo para parar e, ao olhar pelo olho mágico do apartamento, teria visto o morador (Eduardo) fechando a porta.”
No sábado, o publicitário colocou o corpo dentro de malas, estas no porta-malas do carro, e ido para Praia Grande, na casa do pai – que, segundo a polícia, provavelmente não sabia do crime -, onde deixou o corpo. Em seguida, ele retornou para seu apartamento em São Paulo. A polícia ouviu informalmente Eduardo neste dia.
No domingo, o suspeito retornou à casa em Praia Grande. Usando um serrote, ele esquartejou o corpo do zelador, antes de retornar novamente a São Paulo. Na segunda-feira, quando os políciais civis entrararam na casa no litoral paulista, Eduardo estava ao lado de uma churrasqueira, de sunga, incinerando partes do corpo da vítima.
O publicitário negou que sua mulher soubesse do crime. Ele teria dito, ao sair de casa, que as malas continham roupas e estas seriam doadas para uma igreja.
Para o delgado, porém, Ieda não teria participado do assassinato, mas vê indícios de que ela ajudou na tentativa de ocultar o cadáver. Ieda negou à polícia que tivesse conhecimento do crime.