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Corrupção na Educação

Ribeiro tenta livrar a cabeça, mas pode levar Bolsonaro junto

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Autor/Imagem:
Marta Nobre - Chefe de Redação/Foto Valter Campanato

Empurrado contra a parede por todos os lados, com uma faca no pescoço e a placa de sinalização do caminho do cadafalso na mão, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, tenta se segurar no cargo garantindo não haver nenhum tipo de favorecimento na distribuição de verbas da pasta. Mente, em nota, como seus amigos pastores que pregam o bem, tendo o Diabo na cabeça.

O que Ribeiro pretende, na realidade, é afastar seu chefe Jair Bolsonaro de qualquer suspeita na participação de distribuição de verbas da Educação para os municípios. Na verdade, o que está acontecendo na pasta dirigida pelo ministro é corrupção, popularmente conhecida como roubo. Em outras palavras, os cofres públicos estão sendo assaltados mediante intermediações espúrias.

Mas, em sua nota, desacreditada até por aliados, Ribeiro mente descaradamente e diz que a alocação privilegiada de recursos federais segue a legislação orçamentária. “Não há nenhuma possibilidade de o ministro determinar alocação de recursos para favorecer ou desfavorecer qualquer município ou estado”, diz no texto.

O que Ribeiro tenta é fugir do emaranhado de uma teia de aranhas que o deixou preso em um labirinto que traz à tona a corrupção no governo.  Um áudio inicialmente publicado pelo UOL e que hoje circula em todas as redes sociais, deixa claro que o ministro favorece com recursos prefeituras de municípios ligados a dois pastores amigos do presidente Jair Bolsonaro.

“Registro ainda que o Presidente da República não pediu atendimento preferencial a ninguém, solicitou apenas que pudesse receber todos que nos procurassem, inclusive as pessoas citadas na reportagem”, afirma o ministro na nota. Ribeiro destaca ainda que, independentemente da sua crença religiosa, mantém compromisso com o Estado laico. “Ressalto que não há qualquer hipótese e nenhuma previsão orçamentária que possibilite a alocação de recursos para igrejas de qualquer denominação religiosa”, completa.

Quem combate a corrupção está de olho nessa bandalheira. E Ribeiro, todos bem, comeu a maçã do mal. E deve pagar por isso, levando na avalanche de lama quem mandou e quem se beneficiou da roubalheira. Inclusive Bolsonaro.

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