Em delação premiada, o dono da UTC, Ricardo Pessoa, relatou uma reunião com o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, na qual foram acertadas doações para a campanha do então candidato ao governo paulista em 2010. Pessoa também relatou ter acertado com o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) doação para a campanha ao Senado daquele ano no valor de R$ 500 mil, sendo R$ 300 mil feitos por repasses oficiais e R$ 200 mil em dinheiro.
Segundo o empreiteiro, o atual ministro presenciou um acerto com o então coordenador da campanha petista e hoje presidente do diretório estadual do PT, Emidio de Souza, no qual ficou acordado que R$ 250 mil seriam repassados em doação oficial à campanha e outros R$ 250 mil seriam dados em espécie, tendo saído do caixa 2 da empreiteira. Também estava presente o presidente da Constran – que foi comprada pela UTC -, João Santana.
Em nota, Mercadante disse desconhecer o teor da delação de Pessoa. O ministro confirmou um único encontro com Pessoa, em sua casa, em São Paulo, por solicitação do empreiteiro, quando era pré-candidato ao governo do Estado. E confirmou estar acompanhado por Emidio, mas disse que não houve “qualquer discussão de valores, tampouco solicitação de recursos de caixa 2 por parte do coordenador de campanha”.
Por telefone, Emidio de Souza classificou como “completamente estapafúrdia” a afirmação de Pessoa. “A contribuição de campanha foi feita de forma oficial e está declarada na Justiça Eleitoral.”