Um dos principais empreiteiros a fazer acordo de delação premiada na Operação Lava Jato, o dono da UTC, Ricardo Pessoa, foi condenado pelos crimes de corrupção ativa e participação em organização criminosa por ter pago R$ 38 milhões em propina no esquema de corrupção na Petrobras.
A decisão do juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na 13ª Vara Federal de Curitiba, foi divulgada nesta sexta-feira (24).
O repasse de propina estava ligado a contrato feito com dispensa de licitação pela Petrobras para obras e serviços no Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro).
Pessoa foi condenado a oito anos e dois meses de prisão, mas, por já ter ficado cinco meses preso antes da condenação e por ter aceitado colaborar com a Justiça no acordo de delação, ele irá cumprir prisão domiciliar até novembro de 2017.
Como parte de seu acordo de colaboração, Pessoa se comprometeu a pagar uma indenização de R$ 51 milhões.
Ele reconheceu ter participado de um cartel de empresas para fraudar licitações da Petrobras, além de ter admitido o pagamento de propina a ex-diretores da estatal.
Na sentença, Moro afirma que ainda há investigações em andamento e outras ações contra Pessoa, o que pode levar a outras condenações.
A mesma investigação que levou à condenação de Pessoa já havia condenado o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa a 10 anos de prisão e o doleiro Alberto Youssef a oito anos e quatro meses. Costa e Youssef também são colaboradores na Lava Jato.
Também já haviam sido condenados, em julho de 2015, o presidente da Camargo Correa, Dalton Avancini, e dois executivos da empresa: Eduardo Leite e João Auler.