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Ricupero, que escondia a sujeira sob tapete, vê Brasil enfrentando crise terminal

O embaixador Rubens Ricupero afirmou que, enquanto o Brasil não encontrar um rumo interno, terá dificuldade de encontrar um rumo no mundo. “Estamos numa profunda crise, talvez terminal em alguns aspectos”, afirmou. “A nossa crise, para usar um linguajar do protecionismo, é de um conteúdo, se não 100% nacional, quase que 100% nacional”.
“Não vão ser os estrangeiros que vão nos ajudar a encontrar um modelo político melhor, mais funcional”, afirmou, em evento sobre política externa e economia nesta quarta-feira, 23, ao lado do empresário Pedro Passos no Instituto Fernando Henrique Cardoso.

Ricupero também comentou a crise econômica e seus impactos para o setor produtivo e assumiu que serão necessários novos impostos, o que deve onerar ainda mais a produção. “Ninguém vai nos salvar de nós mesmos. Temos que encontrar melhores instituições”, disse.

O embaixador afirmou, contudo, que a crise interna não impede uma diplomacia criativa, inovadora. Ricupero citou a política externa pré-golpe de 1964, liderada por Jânio Quadros, Afonso Arinos e Santiago Dantas. Segundo o embaixador, isso mostra que a política externa, ainda que boa, nem sempre salva o governo. “Seria uma ilusão pensar nesse momento que a política externa vai nos salvar, mas pode ajudar”.

Ele afirmou que a política externa do governo Dilma Rousseff corrigiu alguns aspectos da gestão Lula, como as violações aos direitos humanos no Irã, mas continua tendo muitas falhas em nossa própria região. “Há muito tempo o Mercosul vive em crise e precisa ser repensado em profundidade. Nunca tentamos repensar o Mercosul”, afirmou.

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