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Rio de Janeiro tem aumento de 15,4% no número de homicídios dolosos, segundo instituto

O Instituto de Segurança Pública divulgou na manhã desta quinta-feira (19) as incidências Criminais e Administrativas de Segurança do Estado do Rio de Janeiro referentes ao mês de abril de 2016. O destaque foi o aumento do número de homicídios dolosos, ou seja, com intenção de matar. No período de janeiro a abril, comparado ao do ano passado, houve aumento de 15,4%, segundo o instituto.

De acordo com o secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, desde segunda-feira as polícias Civil e Militar estão identificando as regiões que registraram o maior aumento no índice de criminalidade para realizar uma mudança de estratégia nessas áreas. “Há de se fazer essas mudanças de posicionamento, aplicação do policiamento e também de investigação nessas áreas que nos trouxeram essa surpresa desagradável”, explicou Beltrame.

Os dados são referentes aos Registros de Ocorrência (RO) feitos nas delegacias de Polícia Civil do Estado durante o mês de abril de 2016. Segundo o ISP, em abril de 2015, foram 1486 homicídios dolosos, contra 1,715 em 2016.

Segundo o ISP, o índice de letalidade violenta, que soma homicídios dolosos, latrocínio (roubo seguido de morte), lesão corporal seguida de morte e homicídios decorrentes de oposição a intervenção policial também cresceu. No acumulado de janeiro a abril de 2016 houve aumento de 12,0% em relação ao mesmo período de 2015 (1.818 em 2015 – 2.036 em 2016).

“As pessoas falam na Linha Amarela, nas vias expressas e o que vai se resolver. Eu quero deixar muito claro que esse problema você não resolve. São lugares imensos, o Rio de Janeiro é imenso, outras cidades brasileiras também têm problemas. O que nós estamos fazendo é colocando policiamento de moto lá, que as pessoas estão sendo capacitadas junto ao BPVE. Eu acho que esse curso ainda leva essa semana e a talvez a outra e desde de hoje de manhã, enquanto as motos não estão aplicadas, nós colocamos frações do Choque”, explicou o secretário sobre o combate à criminalidade em vias expressas.

Os roubos de rua também cresceram: somando-se os roubos a pedestres, roubos de aparelho celular e roubo em coletivo), no acumulado de janeiro a abril de 2016, houve aumento de 23,7% em relação ao mesmo período de 2015 (31.083 em 2015 – 38.461 em 2016). Também cresceu o número de roubos de carros: no acumulado de janeiro a abril de 2016 houve aumento de 19,7% em relação ao mesmo período de 2015 (10.919 em 2015 – 13.074 em 2016).

De positivo, os índices trazem redução no acumulado do ano (de janeiro a abril) em relação ao número de policiais civis e militares mortos em serviço (9 em 2015 contra 8 em 2016). Os homicídios decorrente de oposição à intervenção policial, antigamente conhecidos como autos de resistências, também caíram 8,8% em relação ao mesmo período de 2015 (261 em 2015 – 238 em 2016).

Ainda de acordo com o secretário, o atraso no pagamento dos salários pode interferir na motivação dos policiais. “Não escondo de ninguém que na minha visão o aspecto motivacional, que atinge a todos nós, acho que as pessoas que tem seus salários atrasados, que contavam com o Regime Adicional de Serviço, pessoas que há três semestres estão trabalhando buscando metas e também não recebem. Projetos de gestão de segurança assim importantes, eu acho que isso causa um aspecto desmotivacional. E a polícia hoje trabalha no seu profissionalismo, ela trabalha sabendo que se ela não fizer, quando ela resolver trabalhar, o que não é o caso, esse problema vai estar muito maior do que efetivamente está”, garantiu Beltrame.

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