Uma pesquisa divulgada nesta terça-feira (22) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) mostra que a taxa de homicídios para cada 100 mil habitantes no Rio caiu 33,3% de 2004 a 2014. Outros números do estado, porém, ainda preocupam: as mortes de jovens de 15 a 29 anos e de mulheres, além da prevalência de homicídios de negros em relação ao de brancos, por exemplo.
Em registros absolutos, o número de jovens entre 15 e 29 anos mortos no Rio foi de 2.703 em 2014 – último ano disponibilizado pela pesquisa. Entre 2004 e 2014, o houve média de nove pessoas daquela idade assassinadas por dia.
De lá para cá, porém, houve uma diminuição de 33,1% do número de jovens assassinados – dado quase correspondente ao total do número de homicídios em geral.
Os homicídios da juventude colocam o Rio no terceiro lugar de mortes nesta faixa etária, ficando atrás somente de Bahia e Ceará. Analisando o número sob a taxa de homicídios por 100 mil jovens nesta faixa etária, o estado cai da 3ª para a 12ª posição.
O tema foi denominado no estudo como “Juventude Perdida”.
Mulheres mortas
O homicídio de mulheres no Rio apresentou queda de 11,7% entre 2004 e 2014, mas no último ano da pesquisa houve um recrudescimento. De 2013 para 2014, por exemplo, houve aumento de 15,5% (de 386 para 446).
Analisando os 10 anos em que a pesquisa foi realizada, as vítimas fatais femininas chegaram a 4.549 — o que dá uma média de 1,2 mulheres mortas por dia entre 2004 e 2014.
No último ano, o estado fluminense teve o segundo maior número absoluto de mortes de mulheres. Levando em consideração a taxa de homicídio de mulheres por 100 mil mulheres, o Rio cai para a 13ª posição.
Negro tem mais chance de ser morto
Embora também apresente queda, a taxa entre homicídios de negros e não negros causa preocupação em especialistas. Os negros têm 2,3 mais chances de serem assassinados do que os não negros, segundo a pesquisa.
O dado fica praticamente na média do país, onde para cada não-negro morto há a morte de 2,4 indivíduos afrodescendentes. Durante os 10 anos da pesquisa, somente em 2010 a taxa no Estado foi menor que dois, quando foi de 1,94.