Rodrigo ocupa a Tribuna, bate forte e Agnelo Queiroz começa a sangrar
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emO governador Agnelo Queiroz (PT) mente descaradamente, ao falar em público das realizações do seu governo. E o secretário de Publicidade André Duda, endossa essas mentiras ao aprovar campanhas milionárias de publicidade, para passar à sociedade uma imagem de fachada.
Agnelo apanhou de novo. E começou a sangrar. Quem bateu desta vez, com os pés firmes no chão, foi o senador Rodrigo Rollemberg (PSB), que concorre ao Palácio do Buriti no pleito de outubro em aliança com a Rede de Marina Silva, o PDT de Cristovam e Reguffe e outras legendas de menor expressão.
Leia trechos do pronunciamento do senador Rodigo Rollemberg, na quinta-feira 17, no Senado:
Referindo-se à visita feita ao Sol Nascente: É impressionante a situação de abandono em que vivem aquelas famílias, aquelas milhares de famílias. Pelos dados oficiais, já são 80 mil moradores. E há projeções de que esses números são subdimensionados e de que, na verdade, temos quase 100 mil moradores naquela região.
É impressionante o apagão de gestão que vive o Distrito Federal; é impressionante a incapacidade do Governo do Distrito Federal de fazer o trivial da responsabilidade de quem está no Governo. As pessoas ficaram impressionadas com a quantidade de lixo nas ruas, na avenida principal. É impressionante ver os montes, e montes, e montes de lixo na avenida principal por falta de coleta regular.
O Sol Nascente, é o retrato do Governo do Distrito Federal hoje.
É impressionante como um governo chega ao seu final, ao seu crepúsculo, deixando uma comunidade, em plena Capital da República, naquelas condições. Os dados são chocantes e precisam ser anunciados publicamente para demonstrar, de forma cristalina, o apagão de gestão que vivemos no Distrito Federal.
Apenas 6,1% do total das residências do Sol Nascente possui ligações com as redes de esgoto. Olha, é importante registrar aqui a incompetência deste Governo e dos governos anteriores, porque ainda era Deputado Federal, quando apresentamos emendas de bancada, com recursos para a infraestrutura do Sol Nascente. E apenas 6,1% das residências daquela comunidade, a 35km do Palácio do Planalto, possuem ligações com rede de esgoto; mais da metade daquela comunidade, 54,15%, não tem serviço de limpeza urbana; e 94% das ruas estão sem pavimentação; ou seja, além de não haver coleta regular de lixo em mais da metade das residências do Sol Nascente, 94% das ruas, portanto quase a cidade inteira, está sem pavimentação.
Está demonstrada a corrupção das prioridades do Governo do Distrito Federal, que teve recursos para construir um estádio de R$2 bilhões, mas não tem recursos – o que custaria muito menos que isso – para promover a infraestrutura e o saneamento básico de uma comunidade com quase cem mil habitantes. A condição das vias é tão precária que prejudica a passagem de carros, de motos, de viaturas policiais, dos caminhões de lixo e até dos ônibus escolares. Muitas vezes, as crianças têm dificuldades para se deslocarem para a escola e quase a grande parte da comunidade tem que ir à escola, na cidade de Ceilândia ou em outras cidades, porque, no bairro Sol Nascente, existem pouquíssimas escolas, há apenas três escolas, e não há nem uma creche pública na comunidade do Sol Nascente.
Na Rua 2, em que está concentrada boa parte do comércio local, lojistas e moradores reclamam que o asfalto está tão desgastado – a pequeníssima parte asfaltada – está tão ruim e tão desgastado que é praticamente impossível trafegar por ali sem invadir a pista contrária, e, muitas vezes, há crateras cheias de água, quando está chovendo, muita lama, quando está chovendo, o que complica, de forma bastante significativa, o trânsito naquela localidade.
Acho que as pessoas que chegam a Brasília, ligam a televisão e assistem às propagandas milionárias do Governo do Distrito Federal, querem morar na propaganda do Governo do Distrito Federal. Acho que morar na propaganda do Governo do Distrito Federal seria uma maravilha, porque, na propaganda do Governo do Distrito Federal, a saúde é uma maravilha, existem escolas em tempo integral, o Governo está fazendo creches.
É impressionante como um governo tem coragem de gastar bilhões de reais para ir à televisão, ao final de seu governo, para dizer que construiu 18 creches, e nem todas estão funcionando. Isso em uma cidade que tem 120 mil crianças de 0 a 5 anos fora da creche ou fora da educação infantil. É esse o Governo do Distrito Federal: gasta uma fortuna – uma fortuna! – para dizer que está construindo 18 creches em uma cidade que tem 120 mil crianças fora de creches.
Agora, vejam, nesse estádio que custou R$ 2 bilhões – eu já denunciava isso há algumas semanas –, os auditores do Tribunal de Contas do Distrito Federal já apontavam um superfaturamento de R$ 431 milhões. É importante dizer que, com R$ 431 milhões, só com o superfaturamento já apontado no estádio, daria para construir 172 creches com educação infantil e com tempo integral.
Mas é impressionante – é impressionante! – o descaso com a coisa pública.
O Governo diz que há educação de tempo integral em tantas escolas, na verdade, são algumas turmas, em algumas escolas. Algumas têm tendas que ficam do lado de fora e têm algumas atividades em um período diferente, completamente diferente do que deve ser a concepção de uma educação integral em tempo integral.
Mas o que é uma afronta à população de Brasília é a mentira trazida por uma publicidade que, além de ser equivocada do ponto de vista da concepção da publicidade, é mentirosa, mente para a população de Brasília. E, quando eu digo que há um equívoco de concepção, é porque, no nosso entendimento, a publicidade institucional, como o nome já diz – institucional –, deve ter o caráter educativo, deve ter o caráter mobilizador para transformar hábitos da população no sentido de que tenham melhores hábitos que garantirão uma melhor qualidade de vida.
O que nós vimos no Sol Nascente é a ausência de política pública. É a ausência de governo. É a ausência de governador. É um apagão completo na gestão pública.
Nós não podemos mais viver numa cidade de tantas diferenças sociais, em que poucos têm muito e muitos têm muito pouco ou têm quase nada. Nós temos que garantir que as oportunidades e os serviços que temos no Plano Piloto sejam oferecidos a todas as cidades de Brasília, dando igualdade de oportunidades a todos os brasilienses, onde quer que eles estejam.