O futuro governador Rodrigo Rollemberg (PSB) começa a dar sinais de que vai dividir responsabilidades com alguns parlamentares. Embora não tenha ouvido a bancada da Câmara Legislativa sobre a composição do 1º escalão, ele decidiu promover conversas reservadas para discutir cargos chaves, a exemplo da direção das estatais.
Em encontro recente com um grupo de distritais, o governador decidiu acatar sugestões para o Banco de Brasília. Segundo um deputado presente à reunião, e que priva da intimidade de Rollemberg, o próximo presidente do BRB já está escolhido. Será Marcus Vinicius Teles, atual superintendente de Controle Interno.
O anúncio depende apenas de consultas informais dirigidas ao Banco Central (que funciona nesse caso específico como uma espécie de SPC de candidatos a cargos de direção em instituições financeiras, principalmente bancos públicos) e à equipe do próximo ministro da Fazenda Joaquim Levy. Isso porque, em se tratando de dinheiro, sempre é bom ter o caminho livre com o dono do segredo do cofre maior.
A escolha de de Marcus Vinicius atende anseios não apenas de um respeitado grupo de deputados distritais que pregam um BRB forte e atuante como banco de fomento para todo o Centro-Oeste. A solução também é aplaudida pela ala mais progressista do Sindicato dos Bancários e pelo próprio mercado financeiro.
A propósito do mercado financeiro, a virtual oficialização do nome de Marcus Vinicius joga por terra os planos de Ricardo Leal, que tem vínculos de amizade com Rodrigo Rollemberg e que imaginava, em função dessa suposta relação, poder indicar não só o próximo presidente do BRB – o ás que ele tinha na manga atende pelo nome de Vasco Cunha Gonçalves – como eleger toda a diretoria do banco.
Porém, pesou contra Vasco, à época diretor da Regius, sua participação em uma operação com o Banco Santos, que causou um prejuízo de 5 milhões 300 mil reais aos cofres do órgão que cuida da previdência (e aposentadoria) dos servidores do Banco de Brasília.
O mais grave é que seu atual padrinho – no caso Ricardo Leal – teria sido um dos beneficiários da desastrosa negociação. Mesmo não tendo sido condenado, restou a Vasco uma anotação de advertência em sua ficha profissional, o que, na interpretação de quem atua no mercado, significa fato grave.
Quanto a Marcus Vinicius, garante o parlamentar que manteve conversas com Rollemberg, seu nome é tão transparente que permite ser atravessado pela luz. Além disso, é executivo de carreira formado no próprio BRB e tem qualificação adequada que lhe permita ser rígido, se for o caso, e se antecipar a presumíveis atos de dirigentes que venham a colocar em risco a imagem e o sucesso financeiro do banco.
Publicado originalmente em naredecomjoseseabra.com.br