Militantes do Movimento Resistência Popular invadiram o Hotel Saint Peter, no Setor Hoteleiro Sul. O estabelecimento está desativado desde março depois de uma ordem de despejo. O grupo deixou sacos, caixas, pedaços de pau e comida na portaria, informa o G1.
O hotel é o mesmo que ofereceu emprego de gerente com salário de R$ 20 mil ao ex-ministro chefe da Casa Civil José Dirceu, condenado no mensalão. O prédio também foi palco para o sequestro de um funcionário no ano passado.
A Polícia Militar diz que os manifestantes quebraram a porta de entrada, fizeram barricadas e começaram a invadir os quartos de madrugada. O grupo, que pede a prorrogação do auxílio-aluguel (no valor de R$ 600 e válido durante um ano), ocupava havia mais de dois meses uma área no Setor Bancário Norte e foi retirado da invasão no sábado. O GDF diz que já pagou o benefício e que, por lei, as famílias não têm mais direito de receber o dinheiro.
Antes de ir para o hotel, os militantes tentaram se instalar na Praça do Conic, mas deixaram o local por conta própria horas depois. De acordo com o grupo, há 400 pessoas ocupando o hotel. A PM estima 120. O grupo veio de acampamentos de Brazlândia, Planaltina, Ceilândia, Recanto das Emas e Samambaia.
Um dos líderes do movimento, Edson Silva afirmou que o grupo só vai desocupar o hotel após negociação com o governo. Ele disse que, caso haja uma decisão de reintegração de posse, os manifestantes vão sair pacificamente.
“Não vamos desrespeitar a lei, mas se a gente tiver que sair daqui, vamos ter que ocupar outro lugar, porque não temos para onde ir”, declarou. “As famílias estão dormindo nos quartos. Nesses 78 dias, essa é a primeira vez que conseguimos dormir com um pouco mais de qualidade.”
Silva disse que o grupo invadiu o hotel por falta de alternativa. “O governo só deu opção de rua para a gente. A gente acampou no Conic, mas não podia ficar. O hotel está aberto e abandonado, então resolvemos ocupar.”
O líder do movimento falou que policiais militares quebraram o vidro da porta de entrada. “A PM chegou violenta aqui de madrugada. Eles que quebraram o vidro. A porta estava aberta, eles podiam entrar sem problema”, disse.