Caça às bruxas
Rollemberg dá tiro no pé e polícia pega ladrões do Buriti
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emO mês de agosto mal estava começando e Notibras avisou, em matéria postada no dia 2: por ordem expressa de Rodrigo Rollemberg, haveria uma devassa nos crimes contra a administração publica. Mas o que o governador não esperava era que a ação seria mais abrangente. E o movimento que antes visava denunciar adversários do governo, acabou pegando gente encastelada no próprio Palácio do Buriti.
A nova ação foi deflagrada nas primeiras horas desta terça, 7, quando agentes da Coordenação de Combate ao Crime Organizado, aos Crimes contra a Administração Pública e contra a Ordem Tributária literalmente tomaram de assalto instalações do Palácio do Buriti, da Secretaria de Saúde e da Administração do Lago Norte. São 15 mandados de busca e apreensão. E gente graúda está sendo presa.
A operação tem nome. É 12:26. Uma referência a um versículo da Bíblia, no Velho Testamento: “O homem honesto é cauteloso em suas amizades, mas o caminho dos ímpios os leva a perder-se”. E tem lá seus motivos. Afinal, ao menos um político que costuma se eleger com votos de evangélicos, estaria envolvido nos crimes.
As denúncias vão desde favorecimento a pagamento de dívidas pela Secretaria de Saúde ao Hospital Home a lobby para mudança de destinação de construções no Lago Norte. E atingem em cheio, ao mesmo tempo, a Casa Civil do governador. Ali estava instalado confortável e informalmente, até o final da tarde de segunda, 6, Leonardo Rocha de Almeida Abreu. Ele é irmão de Guilherme Rocha de Almeida Abreu, chefe de Gabinete da Casa Civil.
Com a Operação 12:26 o delegado Eric Seba, diretor-geral da Polícia Civil, deixa claro que não devem ser investigados apenas crimes supostamente praticados por adversários de Rollemberg. Ele parece ter-se emancipado, rompido o cordão umbilical. E faz lembrar uma autonomia como a da Polícia Federal. Em outras palavras. Se é bandido, vai para a cadeia. Mesmo que o chefe dê um tiro no próprio pé.