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RR nega a outra face e aposta no tudo ou nada para tentar a volta por cima

Foto/Arquivo Notibras

José Seabra

Religioso fervoroso, nem por isso Rodrigo Rollemberg está disposto a seguir um dos ensinamentos de Cristo – se (e quando) agredido, oferecer a outra face. A tendência hoje é a de que ele adote o lado franciscano. Perdoar para ser perdoado. E dar para receber.

Essa mudança de comportamento, revelada por um interlocutor da estreita confiança do governador, deve ser colocada em prática ainda esta semana, com a volta das atividades da Câmara Legislativa.

A estratégia inclui encontros pontuais com deputados distritais. Pode servir mesmo até para a lavagem de roupa suja. Assessores que transitam na órbita de Rollemberg entendem que a crise política que se avizinha precisa ser estancada antes que ganhe maiores proporções. E algo precisa ser feito.

No Palácio do Buriti já se admite mesmo um governo de conciliação regional. Uma das preocupações é resgatar a aliança que levou o PSB ao poder. A palavra de ordem é esquecer as desavenças pessoais, para o bem de Brasília. Sem deixar novos aliados de lado, claro.

O certo, assegurou um confidente de Rollemberg em conversa com Notibras, é que o governador não fugirá das suas responsabilidades. Se a equipe errou, no todo ou em parte, vai pagar a conta – mesmo que proporcional aos respectivos erros.

O primeiro sinal para um amplo entendimento virá na área da saúde pública. Os deputados distritais receberão carta branca para investigarem todas as denúncias na CPI da Câmara Legislativa. O passo seguinte será avaliar sem açodamento o ingresso de Organizações Sociais nessa área.

Antigos conselheiros continuarão a ser ouvidos, mas não implica que as sugestões sejam acolhidas. Será dada voz aos novos – não necessariamente em idade. E quem chegou à equipe com velhos ranços do coronelismo, terá a opção de mudar. Ou ir embora.

Rollemberg entendeu que chegou a hora de vestir o velho manto franciscano. E sabe que, para ter algo, terá de oferecer os anéis. Só assim manterá os dedos. Vai mostrar um lado humilde que pouca gente conhece. Mas deixará claro que a outra face não é parte da nova imagem que pretende apresentar à sociedade.

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