Rollemberg pode ganhar dos rebaixados por W0 na eleição

Nem todo mundo sabe a origem do termo WO. Popularizado nos esportes, em especial no futebol, é aplicado quando um concorrente não comparece para disputar a partida. Para o resultado, nesse caso, é declarado o placar de 3 x 0 em favor daquele que está em campo aguardando o oponente ausente.

Analistas mais prudentes – talvez otimistas – acreditam que o governador Rodrigo Rollemberg caminha para um WO nas próximas eleições. O walkover sobre os adversários, que os últimos apoiadores do Buriti sonham, em parte está na manobra partidária que Rollemberg vem desenhando.

O líder campeão nos índices de rejeição está respirando muito melhor do que imaginam seus concorrentes. Depois de ver sua base desintegrar, está trilhando o caminho de volta. Atraiu o PSDB de Maria Abadia e criou uma grande dor de cabeça para o PSDB do deputado federal Izalci Lucas, que poderá ser um desfalque na disputa.

Seria o segundo WO. Porque o primeiro já foi anunciado, que era o embarque de Ibaneis Rocha no MDB de Tadeu Filippelli, desistente de primeira hora. WO um.

Vários observadores garantem que o PR, onde está hospedado Jofran Frejat, tem nomeado nos últimos dias vários nomes no Governo de Rollemberg. Essa esquisitice, caso seja verdade, pode revelar que o ilibado Frejat perdeu a paciência com o cerco ostensivo feito em torno de seu nome por lideranças antigas, cujas biografias foram maculadas por investigações, acusações, prisões e condenações.

Embora sua relação com esses políticos seja visceral, o médico Jofran Frejat não quer saber de carregar nenhum grupo de malfeitores nas costas. Prudente, pode estar preparando o terceiro WO em favor de Rollemberg, provando que não está disposto a ser marionete de ninguém.

Outro nome cioso de seu projeto pessoal, o deputado federal democrata Alberto Fraga, cuja vocação é o parlamento, não vai arriscar um mandato certo ao Senado Federal em troca de uma casa que virá recheada de cobranças pouco republicanas de antigos aliados. Ele já tem problemas demais. WO quatro.

O ex-deputado distrital Alírio Neto, partidário do petebista Roberto Jefferson, pai de Cristiane Brasil, aquela que agora revela seus instintos mais primitivos contra o Judiciário, e que quer ocupar, na marra, a cadeira de ministra do Trabalho, já manchou as pretensões de seu representante local.

A engenharia de Alírio concretou um caminho que vem desabando aos poucos. Seu acordo para disputar o Buriti passava por Frejat, Izalci, Fraga, Ibaneis, todos minados aguardando a implosão. WO cinco.

A dinâmica do processo eleitoral no Distrito Federal está longe de uma análise mais crítica e acertada. O único que vem cumprindo uma agenda positiva, dentro de suas atuais possibilidades, é Rollemberg. Tem feito o que pode e conta com seu último ano de mandato benfeitor.

Pretende entregar obras, um apelo pouco original e herança maldita de velhos tempos. Mas para a opinião pública, que o considera inoperante, é mais um reforço na tentativa de reaver alguns pontos na pesquisa de aprovação de seu governo, por enquanto sem denúncias graves, o que não é pouca coisa.

Teve o cuidado de não difundir apelos fantasiosos e inexequíveis, embora tenha enchido a paciência da sociedade com a desculpa de falta de recursos. Mas nunca se mostrou desesperado ao ponto de prometer passagem de 1 real. O apelido de Pinóquio ele não vai receber.

Várias eleições em Brasília tiveram resultados surpreendentes. A reeleição do atual governador seria também um resultado inesperado para muitos. Para poucos, ele pode estar a caminho de um segundo turno.

A questão é: se a bilheteria da partida com data já marcada ainda não vendeu nenhum ingresso, é sinal de que o time adversário de Rollemberg está sem treinador e atacantes. Se assim for, o Buriti pode mesmo sonhar em ganhar de WO. Com o resultado de 5 x 0.