Em meio ao abismo financeiro, o governo de Rodrigo Rollemberg tem sido chamado de caloteiro por determinada parcela dos policiais civis. Cerca de duas semanas atrás, representantes do Sinpol sentaram frente-a-frente com o chefe do executivo e tentaram um acordo.
A negociação era que o Buriti remanejaria um valor de 41 milhões de reais da Polícia Civil para pagar a folha salarial da Polícia Militar. Em troca, a promessa foi a nomeação de novos agentes e para isso, seriam destinados 18 milhões.
Trato acordado, porém, trato não cumprido. Alguns dias depois da reunião, o governo remanejou o recurso de 41 milhões e destinou para a PM. Entretanto, o GDF não apresentou o cronograma de nomeações. Esse recurso tem a rubrica da PCDF.
Inicialmente a Polícia Civil queria a convocação de todos os concursados. E esse número batia com que pretendia teoricamente o governo. Só que depois de pegar o recurso para o remanejamento, Rollemberg decidiu nomear 100 agentes e 20 escrivães. Essa postura acabou elevando a temperatura dentro do sindicato da categoria. Logo depois, estourou a greve.
Assim Rollemberg usa o mesmo modus operandi da gestão anterior, quando no final de 2014, dinheiro da Terracap foi repassado para o GDF pagar os salários dos servidores. No caso atual, a diferença é que o valor circulou dentro da área de segurança pública.
O deputado distrital Wellington Luiz (PMDB), que costuma intervir pela categoria no governo, confirmou à reportagem do aovivodebrasilia que não é a primeira vez que o governo toma essa atitude de desviar a finalidade dos recursos do FCO.
Em resposta, a Secretaria de Fazenda, por meio de sua assessoria, não negou o remanejamento dos 41 milhões, mas se limitou a dizer que os recursos disponibilizados à Segurança, qualquer aplicação específica ou remanejamento realizado tem sido acordado pelos gestores das corporações (Polícias Civil, Militar e Corpo de Bombeiros).
Ainda de acordo com a Secretaria de Fazenda, todos os recursos do Fundo Constitucional são prioritariamente direcionados à Segurança. O que sobra do repasse ajuda a compor parte das folhas da Saúde e Educação, complementada com recursos do Tesouro.
Elton Santos