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Rollemberg quer tolerância zero no crime e deve usar chumbo grosso

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Analistas políticos avaliam que o momento político brasileiro não dá espaços para zebras. Há alguns páreos duros, como a sucessão presidencial, mas há outras disputas em que se vislumbra a linha de chegada sem maiores atropelos.

Um desses exemplos é Brasília. E como grande favorito para chegar ao Palácio do Buriti, o senador Rodrigo Rollemberg (PSB), que disputa o governo do Distrito Federal com Jofran Frejat (PR), começa a definir o futuro secretariado.

Alguns nomes o candidato socialista vai escolher a dedo. Outros estarão a cargo de Marcos Dantas, presidente regional da legenda; e os senadores Cristovam Buarque (no exercício do mandato) e Antônio Reguffe (eleito), ambos do PDT,  terão participação direta na definição da futura equipe.

Neoaliados de Rollemberg também serão ouvidos. E sugestões de nomes serão devidamente avaliadas, embora sujeitas a um crivo merecedor de abono consensual. No quadro que se desenha na futura equipe dois nomes começam a circular entre ouvidos. Um é o do delegado Mauro Cézar (PRP), virtual secretário de Segurança Pública. Outro, do deputado Wellington Luiz (PMDB), que almeja a Secretaria de Justiça.

Os dois são oriundos da força policial, mas dificilmente Rollemberg destinará duas áreas de comando a um mesmo segmento. A diferença é que Mauro Cézar, que teve uma infância pobre em Ceilândia, trabalhando como jornaleiro e engraxate para vencer na vida, abraçou a candidatura de Rollemberg desde a primeira hora. Já Wellington Luiz, reeleito para mais um mandato na Câmara Legislativa, esteve ao lado do derrotado Agnelo Queiroz (PT) até a abertura das urnas do primeiro turno.

Porém, não é o fato de ser um velho agnelista, que pode enterrar o sonho de Wellington Luiz de ocupar a Secretaria de Justiça. O problema maior reside em supostas trapalhadas durante o mandato parlamentar. Há o caso de uma obscura viagem à Europa, na companhia de parentes e assessores, bancada com dinheiro que teria sido desviado de emendas parlamentares.

Denunciado pelo Ministério Público, o deputado peemedebista foi investigado pelos próprios colegas policiais. O inquérito foi parar nas barras dos tribunais. Condenado em primeira instância, Wellington Luiz caminha para ser proclamado ficha suja. Se isso acontecer, corre o risco de perder o mandato durante um eventual governo de Rodrigo Rollemberg. Portanto, colocá-lo na Secretaria de Justiça, uma área delicada que precisa de pessoas probas, seria um grande erro.

O caso de Mauro Cézar é diferente. Ele é uma espécie de cientista, doutor e pós-doutor em Segurança Pública, que ele conhece como a palma da mão. É do tipo que rejeita bandidagem, combate a criminalidade na forma da lei e, consequentemente, um ardoroso defensor da tolerância zero quando o assunto é violência.

Com trinta anos de carreira, Mauro Cézar faz tremer quem confronta a lei. Criminosos fogem, rompendo divisas territoriais, quando são informados que o delegado ‘Chumbo Grosso’ está no encalço deles. Foi essa imagem de combatente das coisas mal feitas que Mauro Cézar construiu.

Conhecido nacionalmente, Mauro Cézar prestou consultoria a Eduardo Campos, então governador de Pernambuco, e influenciou na implantação do programa Pacto pela Vida. Eduardo, do mesmo PSB de Rollemberg, morto em trágico acidente durante a campanha presidencial, aplicou um choque de gestão na segurança pernambucana. Os índices de violência naquele Estado são os menores do País. E as digitais de Mauro Cézar estão nos estudos realizados para acabar com a criminalidade.

De agente de polícia a delegado, o nome mais forte para ocupar a Secretaria de Segurança Pública em um eventual mandato de Rodrigo Rollemberg é respeitado na área. Ele comandou a Delegacia de Crimes contra a Ordem Tributária, dirigiu o Departamento de Polícia Especializada, e foi conduzido pelos colegas delegados para o cargo máximo do sindicato da categoria. A esse perfil deve ser acrescentado o livre trânsito que conquistou no Ministério Público, onde é respeitado por sua postura idônea.

Nas próximas horas Mauro Cézar deve estar trocando seu PRP por uma nova legenda. Está desgostoso com aproveitadores de ocasião.  O destino pode ser o próprio PSB de Rodrigo Rollemberg, embora amigos comuns pretendam vê-lo no PDT, com a ficha de filiação abonada por Cristovam e Reguffe. Um terceiro partido disputa seu nome. É o Pros do deputado federal Ronaldo Fonseca. O delegado Mauro Cézar até aceita ficar ao lado do maior puxador de votos do segmento evangélico. Mas faz uma ressalva: desde que ambos estejam com o candidato socialista.

Como todo bom governante, Rodrigo Rollemberg deve chegar às vésperas da decisão do segundo turno com a equipe de governo praticamente definida. Nomes sérios colocados à disposição da sociedade podem influir no resultado das urnas. E em Brasília, onde os índices de criminalidade assustam a população, ter um secretário de Segurança Pública conhecido por ‘Chumbo Grosso’, tem um peso que vale ouro.

José Seabra

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