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RR despenca aos olhos do povo e pode virar barata em galinheiro

Não falta inspiração para que estrategistas políticos corrijam seus tropeços. Uma dessas referências vem do governo francês, no início dos anos 1800, quando convocou o mágico Robert Houdin, a maior referência do ramo de todos os tempos, para convencer os beduínos argelinos de que seus feiticeiros tinham poderes inferiores aos gauleses. E convenceu. Quem quiser saber o que Houdin fez, que pesquise.

O assunto aqui é outro. Desde o primeiro dia de governo, Rollemberg deveria ter utilizado a comunicação de massa para informar a população sobre o cenário que recebeu de Agnelo Queiroz. Não foi orientado nesse sentido e pouco tempo depois mergulhou no descrédito do discurso maldito.

Lição número 1: quando alguém não tem uma grande e sólida ilusão para vender, melhor é usar a verdade. Induzido a encarar uma trincheira sobre a qual não tinha artilharia suficiente, sucumbiu aos deputados distritais que tomaram de assalto as suas cercanias. E eles ainda mandaram o primeiro-ministro do Buriti, Helio Doyle, o breve, passear. Em seguida, sem trazer para si o eleitorado por meio de uma comunicação clara, que poderia até receber uma carga emocional calculada, manteve a estratégia da negociação de bastidores.

Lição número 2: a governança é uma luta de vários combates. A eleição é apenas o primeiro, o mais fácil. Rollemberg aceitou o primeiro desafio mas não estava preparado para os seguintes. Faltaram os segundos e um treinador experiente, que no jargão do boxe são aqueles que orientam objetivamente como desarmar cada adversário.

Lição número 3: quando um atleta é orientado de forma equivocada, é necessário um bom preparador para curar os hematomas e recarregar energias. O tempo passou e os desafiantes foram surgindo em profusão. Tem de tudo no octógono. Os adversários são exímios estrategistas e conhecem todas as malandragens do poder. Ficar de pé diante deles é mesmo muito difícil. Além dos golpes habituais, digamos aceitáveis, existem golpes baixos que os juízes não percebem. Mas outro fato desprezado pelos orientadores do GDF fere de morte o dono do cinturão: seus parceiros são também seus algozes. Inclusive os credores publicitários que não depositam fidelidade nem farão qualquer esforço para entender o que está acontecendo.

Lição número 4: a capacidade e o poder de comunicação podem ser natural ou artificial. Natural é quando nomes como Arruda e Roriz utilizam a comunicação de forma secundária, sem grande importância, porque têm uma dimensão maior que a publicidade. Artificial é quando não existe um Houdin por perto, mas que a técnica de convencer as massas tem que ter a mesma competência. Ou substituir a capacidade natural de convencimento. Não é necessário mentir, um instrumento que tem vida curta. Mas é imprescindível informar. Agora pode ser tarde. Os números são cruéis: 93% de não aceitação do governador.

A lição número 5, vem de um ditado popular: barata sabida não atravessa galinheiro. E a pergunta: quando Rollemberg vai iniciar a sua comunicação com o eleitorado? E como, claro.

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