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Três anos de cadeia

Rússia devolve ao Brasil terapeuta do chá alucinógeno

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Cláudia Trevisan

Preso na Rússia há mais de um ano sob acusação de tráfico internacional de drogas, o terapeuta holístico brasileiro Eduardo Chianca poderá cumprir o restante de sua pena no Brasil, graças a acordo fechado entre os ministros das Relações Exteriores dos dois países, Aloysio Nunes Ferreira e Serguei Lavrov.

Chianca foi detido no dia 31 de agosto de 2016, quando entrou na Rússia portando oito litros de chá de ayahuasca. Segundo ele, a bebida era para consumo próprio. Em maio, o brasileiro foi condenado a seis anos e meio de prisão. Na semana passada, a pena foi reduzida para três anos.

Usado em rituais do Santo Daime e também em cerimônias indígenas, o chá de ayahuasca contém a substância dimetiltriptamina, permitida no Brasil, mas vedada na Rússia. A possibilidade de transferência de Chianca já havia sido discutida pelos presidentes Michel Temer e Vladimir Putin na reunião do Brics realizada na Índia em outubro de 2016.

“Ainda não temos um acordo que permita de maneira geral que se possa cumprir pena no país de origem. Houve disposição de negociar um acordo, mas enquanto isso não acontece a transferência pode ser feita com a promessa de reciprocidade”, disse Aloysio depois do encontro com Lavrov.

Com 67 anos, o brasileiro foi detido no aeroporto de Domodedovo, em Moscou, quando retirava suas bagagens da esteira. Paraibano, ele mora no Recife e dá palestras sobre uma prática de cura espiritual chamada “Frequências de Luz”.

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