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Rússia e Ucrânia conversam em clima de Torre de Babel

Delegações da Rússia e da Ucrânia voltaram a se sentar numa mesa de negociações na manhã desta terça, 29 (horário Local) na Turquia. O encontro entre as partes foi promovido pelo presidente turco Recep Tayyip Erdogan. As conversas entre as delegações russa e ucraniana começaram pouco depois das 9h30 no Palácio Dolmabahçe em Istambul. Após várias rodadas de conversas realizadas por videoconferência, esta é a primeira vez que as delegações dos dois países, que chegaram no dia anterior à Turquia, se reúnem no mesmo local.

Diplomatas e todo o mundo, porém, não apostam nenhuma ficha no fim imediato da guerra. Um inal de que a conversas serão pouco produtivas veio de Kiev, insiste em não fazer concessões sobre a integridade territorial da Ucrânia. O fato de a conversa ocorrer pessoalmente, pela primeira vez desde uma reunião amarga entre ministros das Relações Exteriores em 10 de março, é um sinal de mudanças nos bastidores, à medida que a invasão russa enfrenta dificuldades.

Autoridades ucranianas têm sugerido repetidamente, nas últimas semanas, que acreditam que a Rússia poderia estar mais disposta a se comprometer. Para as lideranças, qualquer esperança que Moscou possa ter de impor novo governo a Kiev desapareceu diante da forte resistência ucraniana e das pesadas perdas russas.

As Forças Armadas da Rússia sinalizaram, na semana passada, que estavam mudando o foco para se concentrar na expansão do território controlado pelos separatistas no Leste da Ucrânia, um mês depois de terem comprometido a maior parte de sua enorme força de invasão em um ataque fracassado a Kiev.

Quando os lados se encontraram pessoalmente pela última vez, a Ucrânia acusou o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, de ignorar os apelos para discutir um cessar-fogo. Lavrov disse que a interrupção dos combates nem estava na agenda.

Desde então, eles têm feito reuniões por videoconferência, em vez de presencialmente. Os dois lados discutiram publicamente o progresso em uma fórmula diplomática, sob a qual a Ucrânia pode aceitar algum tipo de status formal neutro. Mas nenhum deles cedeu às demandas territoriais da Rússia, incluindo a Crimeia, que Moscou apreendeu e anexou em 2014, e territórios orientais conhecidos como Donbass, que Moscou exige que Kiev ceda aos separatistas.

“Não acredito que haverá qualquer avanço nas principais questões”, disse o assessor do Ministério do Interior ucraniano, Vadym Denysenko.

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