O primeiro-ministro da Rússia, Dmitry Medvedev, reconheceu pela primeira vez nesta segunda-feira que uma bomba pode ter sido a causa da queda do Airbus A32 no Egito. A mudança de posicionamento do governo russo vai de encontro com a crença de que o acidente com a aeronave russa, que matou 224 pessoas no dia 31 de outubro, foi uma ação envolvendo grupos terroristas.
“A probabilidade de um ato terrorista, claro, se mantém como causa do que ocorreu”, disse Medvedev em entrevista para um jornal local, de acordo com a agência de notícia TASS.
Até então a Rússia mantinha um tom cauteloso sobre o assunto, afirmando que não havia conclusões suficientes, embora tenha suspendido voos para o Egito com o andamento do inquérito.
O país seguiu o Reino Unido e outros países europeus que tentam bloquear o trafego aéreo para a Península do Sinai, onde uma facção ligada ao Estado Islâmico (EI) reivindicou a responsabilidade pelo ataque.
O porta-voz do Kremlin afirmou ainda que o Reino Unido compartilhou com o governo russo dados secretos do acidente, mas não comentou a natureza destas informações.
Com nenhum laudo oficial sobre a causa da queda do avião, líderes debatem como dar uma resposta internacional coordenada.
O governo de Israel se posicionou nesta segunda-feira. “Há uma alta probabilidade, pelo que entendemos, de que este foi um ataque terrorista”, disse o ministro de Defesa, Moshe Ya’alon, sem mencionar o grupo envolvido nos ataques.
Também o ministro do Interior do Egito, Magdy Abdel Ghaffar, anunciou que a polícia do Cairo matou Ashraf Ali Ali Hassanein al-Gharabli, um dos líderes de uma facção do EI na província do Sinai e que está envolvido em uma série de ataques. O ministro não quis vincular, no entanto, o assassinato ao acidente aéreo.
O Reino Unido é o país que mais abertamente tem relacionado a queda do avião a grupos terroristas. O presidente dos EUA, Barack Obama, também não descartou a hipótese e afirmou que havia uma “possibilidade” de existir uma bomba no avião.
A Rússia e o Reino Unido continuam resgatando cidadãos de seus países que estão em Sharm El Sheikh. Mais de 5.000 turistas britânicos foram levados para casa do balneário desde sexta-feira, de acordo com o porta-voz do primeiro-ministro britânico, David Cameron. Medvedev anunciou que cerca de 25 mil russos tinham sido evacuados dos 80 mil turistas do país que estavam no Egito.