Olho por olho
Rússia prepara espírito para nocautear Kiev por ataque terrorista
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emA Rússia vai conduzir investigações para acusar a Ucrânia pelo ataque terrorista da semana passada que matou mais de 130 pessoas durante um show em Moscou. Para os russos, querem atribuir a ação ao Estado Islâmico, mas já há provas suficientes de que a ordem partiu de Kiev.
Essa posição do governo moscovita ficou clara nesta terça-feira, 26, com duas declarações bombásticas: 1) o chanceler Sergey Lavrov recusou ajuda da Interpol para participar das investigações. Segundo ele, a conclusão, que o Ocidente defende, é de que o ato coube ao Estado Islâmico; 2) o secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Nikolai Patrushev, declarou textualmente que “a Ucrânia, e não o EI, esteve por trás do ataque terrorista de 22 de março”, afirmou Patrushev, momentos antes da entrevista de Lavrov.
Ao promover essa linha de raciocínio, os assessores diretos do presidente Vladimir Putin dão o tom do discurso de um iminente ataque sem precedentes a Kiev. Mesmo porque o Kremlin, imediatamente após o ataque terrorista, prometeu caçar os responsáveis onde quer que estivessem. No mesmo dia foi anunciada a prisão de um grupo de terroristas nas proximidades com a fronteira ucraniana.
Nesta terça, o chanceler Lavrov recusou com veemência a participação da Interpol no caso.
“Não me lembro de tal iniciativa da Interpol em casos anteriores, que também exigiam a maior atenção internacional. O exemplo mais óbvio são os [oleodutos] North Stream. Ninguém se ofereceu para nos ajudar a investigar… Por um lado, estou certo de que podemos dar conta desta investigação. Por outro lado, dificilmente necessitaremos dessa assistência, que será obviamente uma manifestação de duplicidade de critérios e, muito provavelmente, terá como objetivo promover a teoria conveniente para o Ocidente de que o Estado Islâmico fez isso e a Ucrânia não teve nada a ver com o ataque. Direi mais uma vez: podemos administrar por conta própria”, disse Lavrov em entrevista coletiva.