Marta Nobre
Brasília vive uma segunda-feira de tensão política, com a divulgação de conversa telefônica entre o ministro do Planejamento, senador Romero Jucá, e o ex-presidente da Transpetro Márcio Machado. As reações vão desde o pedido para que o presidente Michel Temer demita seu auxiliar, a representações para cassação e prisão do ministro.
Coube ao PSOL a decisão de ingressar na Procuradoria-Geral da República com o pedido de prisão do peemedebista por obstrução da Justiça. O partido se baseia em reportagem da Folha de S.Paulo, mostrando mostra uma gravação de Sérgio Machado na qual Jucá sugere a existência de um pacto para obstruir a Operação Lava Jato e diz que é preciso “estancar” a sangria.
O PDT, por sua vez, anunciou que vai entrar na terça-feira, 24, com uma representação contra o senador licenciado. Acompanhados do presidente do partido, Carlos Lupi, os senadores Telmário Mota (PDT-RR) e Lasier Martins (PDT-RS), vão entrar com um pedido de cassação do mandado de Jucá por quebra de decoro parlamentar. Rival de Jucá em Roraima, Telmário já havia anunciado que entraria com pedido de cassação do peemedebista. Mas ele teve de recucar, porque representação contra um senador no Conselho de Ética só pode ser feita pelo presidente de um partido político.
Já o líder do Democratas no Senado, Ronaldo Caiado (GO), defende que o ministro do Planejamento seja afastado do cargo. “Qualquer denunciado tem o direito e obrigação de se defender das acusações, mas esses atos individuais devem ser tratados longe da administração pública para que a reestruturação e a credibilidade do governo não sejam comprometidas”, afirmou. Segundo Caiado, a sociedade brasileira saiu às ruas para conter um processo de corrupção e apoiar a Operação Lava Jato.