A última etapa de um projeto de sucesso, que também é realizada por designers e arquitetos, mas deve ser mantida pelos próprios moradores, muitas vezes pode ser percebida somente nas imagens de antes e depois, mas faz uma tremenda diferença. Não está relacionada a cores de parede ou tipos de móveis, mas, sim, a um hábito que deve ser recorrente para quem deseja um ambiente de capa de revista: a organização.
Não falo de separar peças de roupas por cores dentro do armário ou de talheres dispostos de um lado específico nas gavetas, uma vez que essa responsabilidade pode ficar por conta do dono da casa ou de um profissional qualificado para tal tarefa. Refiro-me à distribuição dos objetos, quadros, alinhamento dos móveis, arrumação de roupa de cama, almofadas e toalhas, além da escolha coerente de artigos que fiquem aparentes dentro de cristaleiras, mesas de centro ou em bandejas, por exemplo.
Certa vez, uma cliente me disse que nunca conseguiria deixar a casa da forma como uma pessoa da área a finaliza. Claro que existe um toque (e, por que não, TOC?) – e, no mínimo, duas mãos – profissionais por trás de tudo, mas apurar o olhar para selecionar aquilo que estará em destaque e criar hábitos para manter tudo no lugar é só uma questão de exercício, afinal, a casa deve estar sempre em ordem para receber a visita mais importante de todas: o dono.
Um tapete, por exemplo, deve cumprir uma função, como trazer conforto ou melhorar a acústica, que ser apenas meramente decorativo – e acumulador de sujeira. Sofá alinhado, junto das cadeiras enfileiradas por baixo da mesa, além de melhorarem a circulação, trazem conforto visual, assim como uma pia de cozinha livre de pacotes e potes de alimento. Lembre-se de não fazer da mesa de jantar um apoio para chaves, revistas, carteiras e afins, assim como as poltronas não devem ser depósito de roupa. Almofadas amassadas ficam com cara de travesseiro, enquanto aspirador de pó no canto do corredor ou plantas mal-cuidadas são outros exemplos que desvalorizam o décor.
Se a casa possui crianças, separe um cantinho de um cômodo com um cesto para deixar os brinquedos mais usados; mochilas e tênis podem ser acomodados diariamente na área de serviço – ensinar o pequeno a realizar esta missão desde cedo já livra os papais desta função pelo resto da vida! Renovar as fotos de tempos em tempos nos porta-retratos também dá um ar mais atual e menos esquecido ao ambiente.
Na escolha de artigos e móveis, tenha sempre em mente a máxima de Mies Van der Rohe: “menos é mais”. Vale mais um objeto de qualidade ou com importância emocional que várias quinquilharias amontoadas sem sentido ou sem função. E se os poucos e bons estiverem organizados, melhor ainda!