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Emendas parlamentares

‘Saidinha’ exclui as quadrilhas que atuam no Congresso Nacional

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Autor/Imagem:
Armando Cardoso* - Foto de Arquivo/ABr

Junto com o frio mais agudo, junho traz em seu balaio recheado de agendas populares positivas o negativismo de grupelhos que se unem no Congresso Nacional para achincalhar o que ainda resta da sociedade brasileira. Malandramente batizados de colegiado, eles estão muito distantes da seriedade e do compromisso com a paz pregados pelas quadrilhas juninas. Estas são cada vez mais representativas da alegria do povo e do prazer em se reunir em nome da harmonia.

Nada a ver com os apelidados eufemisticamente de parlamentares. Esses, por certo, morrerão endurecidos de vergonha por insistirem na tese mentirosa de que são representantes da população. Podem ter sido um dia. Hoje, não passam de meros defensores da boçalidade de quem idolatram e, mensalmente, receptadores do dízimo repassado pelo governo federal em forma de emendas.

Não me representam e certamente não representam dois terços do contingente populacional. Além dos próprios, mal e porcamente representam os cavaleiros do apocalipse que, como eles, têm horror à governança e ao equilíbrio político. O apego a cargos e à derrocada de adversários transformados em inimigos mortais viraram mantras perigosos contra a democracia que mentirosamente pregam.

Se tiverem oportunidade, não aguardarão um segundo para jogá-la no cesto de lixo já colocado nas profundezas de suas mentes destruidoras. Sei que é gastar flor com defunto podre, mas não custa reiterar que não adianta fingir que o Brasil mudou para melhor. E mudará muito mais. Sei também que quem nasceu para macaco prego jamais será um Godzilla. No máximo, um sagui.

Paquidérmicos, personalistas, deseducados e mundialmente reconhecidos como presidiários da própria cafajestagem política, nossos recebedores de emendas e demais benesses cumprem seus deveres favorecendo a si, aos familiares, amigos de carteirinha e a quem eles supostamente devem o mandato.

Lamentavelmente, o espírito republicano desses grupelhos foi engolido pela necessidade de responder com rapidez aos bolsos e à conta bancária. Pior são as respostas em forma de mentiras tão verdadeiras que eles mesmos têm vergonha de assumir autoria.

O pouco caso e a desconsideração dos que se dizem representantes do povo com o ser humano alcançou o cume da mediocridade quando a maioria aprovou e jurou de pés juntos que o fim da saidinha de presidiários acabará com a violência no Brasil. Talvez acabe no dia em que eles estiverem recolhidos. É óbvio que há casos e casos.

No entanto, poucos são os que não têm dúvida de que os integrantes dos tais grupelhos são os verdadeiros primatas brasileiros. São eles que não aceitam falar de meio ambiente e que vivem para propor a maior agressão que o cidadão brasileiro comum já experimentou: a aposta na deseducação e no subdesenvolvimento crônico como formas de perpetuação no poder.

É a ferramenta mais próxima da mão “patriótica” para conter os que se manifestam contrariamente ao negacionismo, contra a polarização, contra o autoritarismo e, principalmente, contra a desonestidade na política. É mais fácil criticar a vontade de trabalhar de quem se elegeu democraticamente e esquecer a surrada carapuça da desonra com a pluralidade da sociedade.

Torcer pelo caos nacional, preferindo uma oposição autodestrutiva, é achar que o Brasil ainda é um feudo comandado por senhores de engenhos falidos e lotados de vassalos que trocam qualquer tipo de vantagem pelo caos coletivo. Se aceitam sugestões, recolham-se à insignificância de quem pouco produz, tentem se opor de forma honesta e, caso a coceira golpista permita, esperem 2026, quando a falta de sono dos derrotistas tende a virar insônia crônica.

Ainda sobre os festejos juninos, vale lembrar que, no meio da quadrilha, se alguém gritar cavalheiros ao centro, virem à direita e vejam como os “patriotas” são felizes, é fake. Na verdade, é mentira. Anarriê. Que o povo anti Brasil se cuide, pois o arraiá montado sem o mito está bão dimais da conta. E, se deixarem, vai miorá. Mió que isso, só dois disso! Por enquanto, só pula a fogueira quem é chique no úrtimo.

*Armando Cardoso é presidente do Conselho Editorial de Notibras

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