Relaxar é a senha para os visitantes que percorrerem a parte inferior das arquibancadas do Jockey Club, em São Paulo, onde se concentramam as salas e quartos da Casacor 2018. Levados até os mínimos detalhes, a leveza e o conforto de cada ambiente saltam aos olhos.
Fugir da vida acelerada da metrópole e se deixar levar pela calma e tranquilidade é a proposta da maioria dos espaços, como a sala de estar Toki (expressão japonesa que significa ‘tempo’), da catarinense Juliana Pippi.
“Há uma tendência muito forte do ‘slow design’, isto é, de se trabalhar com produtos feitos de forma mais lenta e manual”, explica. “O efeito é ainda maior quando essa produção surge disposta em meio a objetos produzidos em larga escala. Aí é pura sofisticação”, diz.
De volta à mostra após um hiato de 15 anos, Naomi Abe resolveu remontar às origens da arquitetura modernista brasileira e projetou uma sala de jantar completamente baseada em painéis de cobogós pernambucanos e ladrilhos hidráulicos.
“A ideia era ser uma ambiente totalmente vazado, aproveitando a iluminação natural e carregado de referências históricas e artísticas nacionais”, conta Naomi, que foi buscar inspiração para compor a paleta de cores do piso na obra da pintora Tarsila do Amaral.
Do chão ao teto, o uso da madeira foi outro recurso revisitado pelos profissionais para sugerir acolhimento. Tanto em espaços de convivência, como a Home Family, do BC Arquitetos, quanto em outros mais intimistas como a Suíte de Casal, do sergipano Marlon Gama.“É sempre um desafio imaginar o conceito de bem-estar de uma pessoa. Por isso, procuro criar ambientes que possibilitem a livre expressão”, sintetiza o arquiteto.