A Acadêmicos de Salgueiro inovou em seu desfile na madrugada desta segunda-feira e fez uma componente levitar sobre uma alegoria. A escola, penúltima na avenida neste primeiro dia do Grupo Especial do Carnaval do Rio de Janeiro, discorreu sobre a relação do ser humano com o planeta Terra, no enredo “Gaia – A vida em nossas mãos”.
O desfile do Salgueiro surpreendeu logo nos primeiros momentos: no abre-alas da escola, uma integrante flutuava sobre o globo terrestre. A artimanha remete à mitologia grega, presente no título do enredo: Gaia é a deusa da Terra e uma das divindades primordiais, nascidas no surgimento do mundo.
Diversas versões mitológicas para o surgimento do planeta foram mencionadas pelo Salgueiro – dentre elas, a teoria dos quatro elementos da matéria: ar, água, terra e fogo. Em uma alegoria, inclusive, o destaque era uma mulher grávida de oito meses, que representava a “mãe terra”.
A evolução da escola na avenida acompanhou a evolução da Terra. E, com isso, também vieram os problemas da história humanal. A Acadêmicos de Salgueiro concedeu espaço importante em sua apresentação para discutir a importância da sustentabilidade e da preservação da natureza.
O samba-enredo cantado pelos 4,1 mil integrantes da escola na avenida também fazia esse apelo: “e no avanço dessa tecnologia ecoa a voz da Academia. É uma questão de querer aprender a cuidar e saber preservar. Meu samba vai tocar seu coração, é um alerta ao mundo inteiro. A vida em nossas mãos, buscando a solução”. O Salgueiro deixou a avenida com gritos de “é campeão”.