Um dos assuntos que têm tomado as manchetes – e preocupado ainda mais a vida das pessoas – é o preço dos combustíveis. Afinal, de quem é a culpa? De forma simples e didática, podemos dizer que tudo começou com o golpe parlamentar contra a presidenta Dilma, em 2016. Com isso, interesses escusos da direita neoliberal, em consonância aos interesses estrangeiros, foram colocados em prática, dando início ao desmonte da soberania – e sustentabilidade – nacional.
A ascensão do lavajatismo, sob a figura do então juiz (sic) Sérgio Moro, junto aos Golden Boys de Curitiba – escancarado recentemente que sempre tiveram viés político –, inviabilizando e criminalizando a esquerda no Brasil, sempre com propagação de mentiras e alinhados com o poder imperialista estadunidense, não apenas quebrou a indústria brasileira, como começou o desmonte da Petrobrás.
Sob a batuta do golpista Temer, eis que José Serra (aquele mesmo que sofre um “atentado” com a bolinha de papel!) assume rapidamente o posto de ministro das Relações Exteriores e consegue cumprir sua promessa que havia feito aos EUA (lembre-se dos documentos publicados pelo WikiLeaks, mostrando que ele se comprometia com uma executiva da petrolífera Chevron, a mudar as regras de exploração de petróleo no Pré-Sal, que o governo Lula havia aprovado no Congresso, caso fosse eleito).
Dando sequência ao que Fernando Henrique Cardoso começou em 1997, ao acabar com o monopólio da estatal, a exploração petrolífera passa a um modelo de concessão criminosa, ampliando a fatia das multinacionais do setor na exploração das reservas de petróleo da camada Pré-Sal. O passo seguinte, foi o alinhamento com as políticas internacionais (“dolarização”) para o valor do combustível – quando passa a praticar o Preço de Paridade Internacional (PPI), que se orienta pelas flutuações do mercado internacional.
Subitamente, após atingir seu objetivo final, eis que Serra pede exoneração – alegando “problemas de saúde” e entra no ostracismo da política brasileira.
A continuidade em atender os interesses estrangeiros não parou. Ainda que propagando sua frase moralista “Brasil acima de tudo!”, Bolsonaro mostra-se um verdadeiro capacho dos imperialistas. Incompetente em suas políticas, incapaz de gerir uma nação outrora respeitada mundialmente, tenta “tirar o seu da reta” para justificar seu desmando. Assim, levanta a mentirosa ideia de que os Estados é que são responsáveis pelo valor abusivo – mais uma cortina de fumaça levantada para tentar encobrir suas mazelas. E, como era de se esperar, parte dos alienados e fanáticos bolsonaristas, compram a ideia.
Os impostos estaduais – Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS), que correspondem em média a 27% do valor dos combustíveis – são fundamentais para investimentos públicos nos municípios. E, ao contrário do que Bolsonaro fala, as alíquotas permanecem praticamente as mesmas desde antes desses abusos recentes.
O que eleva criminosamente o preço é a variação cambial. Soma-se a isso a crise econômica, que desvaloriza ainda mais nossa moeda, tornando o dólar e seus produtos “dolarizados” com maior valor. Mas o que o governo poderia realmente fazer? Esperar uma política eficiente e verdadeiramente nacionalista é inimaginável nesse desgoverno negacionista e pária mundial. Enquanto Bolsonaro estiver nesse cargo, jamais teremos melhorias.
No entanto, o que o “grão-mestre” da faMilícia não fala e poderia fazer é que, sendo o governo federal o maior acionista da Estatal (50,2%), compete a ele regular e interferir na política de preços dos combustíveis, fazendo uso de seu poder de decisão por ser majoritário! Mas não faz. Isso porque está comprometido com os interesses dos acionistas, principalmente estrangeiros, que são quem mais ganham com a lucratividade da empresa com esse atrelamento de preço vinculado ao PPI.
Sim! A Petrobrás lucra, ainda que a mídia hegemônica propague que não. A saber: apenas no segundo trimestre de 2021, lucrou mais que as chamadas “Big Oil” (ExxonMobil, BP, Shell, Chevron, Total e Eni). Querem associar a Petrobrás com “prejuízo”, para facilitar a ideia neoliberal de privatização, o que causaria um prejuízo ainda maior ao país.
Não podemos esquecer que a Petrobrás é importante peça para nossa soberania nacional. Os investimentos da companhia servem como um efeito cascata, acionando uma extensa cadeia industrial de fabricação de máquinas, equipamentos, embarcações, construção civil, além de ser responsável por fornecer matéria-prima para a indústria química e investimentos e estudos de combustíveis mais sustentáveis. Paralelamente, emprego, educação, saúde, meio ambiente, cultura e esporte seriam ainda mais afetadas com a venda da estatal.
A disparada no preço dos combustíveis, sob a conivência do “patriota” é um dos fatores que mais pesam na inflação e, com ela, toda a desgraça que carrega junto. O país agoniza sob Bolsonaro. A inflação, o desemprego, a fome e a corrupção (sim, caro bolsominion! O BozoNazi não é aquele mito que você acreditou!) são as marcas que ferem de morte o povo brasileiro.
Caminhamos para um abismo ainda mais fundo enquanto a presidência for ocupada por um ser inepto, abjeto, genocida. E, sinceramente, não sei se conseguiremos sobreviver e ainda termos forças para esperarmos as eleições de 2022.