O álbum Samba Candango reúne a nata da diversidade musical do Distrito Federal em um encontro com 50 participantes, entre vocalistas, compositores, arranjadores, intérpretes e instrumentistas. Representando culturas populares da capital, 14 faixas estão disponíveis nas principais plataformas de streaming, desde o dia 30. E para ampliar a experiência sensorial do público, no dia 8 de gosto, às 20h, no canal do Instituto, será lançado o álbum visual da obra, um híbrido entre videoclipe e cinema, que trará um recorte audiovisual dessa célebre congregação musical.
A gravação será composta por três temas e terá participações especiais. A proposta de roteiro revela a andança de Breno Alves pelos territórios de três rainhas da cultura afro-brasileira: Realleza e a beleza das ruas do Sol Nascente, Mestra Martinha do Coco, no Paranoá com seus encantos, além de Mãe Baiana com as riquezas de seu terreiro, o Ilê Axé Oyá Bagan. Tudo isso, em um cenário abrilhantado pela dança de Oxum.
Uma dessas participações especiais, Adna Santos, mais conhecida como Mãe Baiana de Oyá, conta o que o disco representa para ela: “o Samba Candango é a cara de Brasília, uma cidade embalada por gente alegre e que resiste. E o disco tem essa energia, de encanto, de embalo, mas também de resistência”. Já Martinha do Coco relata sobre como recebeu o convite: “eu fico muito honrada de participar de um encontro como esses, porque é uma homenagem a um movimento musical muito importante para nossa cidade”.
Tereza Lopes também expõe sua opinião sobre o álbum: “acredito que o Samba Candango veio para ser um divisor de águas, porque contempla vários estilos musicais dentro do quadradinho e fala sobre suas ancestralidades, sobre suas matrizes africanas, daí sua importância como uma nova referência”.
Outra personagem especial muito importante para a construção desta obra foi Lucas de Campos, um dos arranjadores que fez-se presente, mesmo ante a impossibilidade de participar pessoalmente, em razão dos riscos da pandemia. Por meio de vídeo-chamadas, ligações, conversas textuais, entre outros recursos, o músico deixou sua contribuição para o trabalho. Sobre esse assunto, Lucas conta um pouco: “depois de muita discussão conceitual com o Breno, comecei a escrever os arranjos e foram marcados ensaios virtuais para apresentar as ideias à banda. Então, depois de alguns encontros, eles foram para o estúdio para gravar, enquanto eu gravei os violões, algumas violas e alguns baixos de casa mesmo. Sem mistério, bem simples”.
O lançamento do Samba Candango faz parte das atividades do Circuito Candango de Culturas Populares, capitaneado pelo Instituto Rosa dos Ventos. O projeto é fomentado pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal. A concepção do álbum, por sua vez, é da produtora cultural Stéffanie Oliveira, que também assina a direção artística junto do sambista Breno Alves.
A parceria aposta na profunda riqueza musical e poética do quadradinho, apresentando o samba em suas várias vertentes, bem como sua consonância com os ritmos populares. Por essa razão, encontram-se tantos diálogos com outros artistas, brincantes e mestres também integrantes do amplo projeto. Como exemplos das distintas manifestações culturais que podem ser ouvidas nesta verdadeira antologia estão o samba de coco, o samba de terreiro, o jongo e o bumba meu boi.
Breno fala sobre a ideia do álbum: “o projeto Samba Candango era uma necessidade, uma ideia que tinha de ser concretizada, essa de pensar sobre as raízes do samba brasiliense, que já existe desde a fundação da capital. Esse é um projeto artístico pioneiro, de estudo e de registro sobre a origem desse gênero, que é um aglomerado de ritmos e de regionalidades que migraram para Brasília”.
Mestres, mestras e brincantes que são referências no DF foram convidados a participar do projeto trazendo a essência da ancestralidade presente no samba. Entre elas estão Jongo do Cerrado, Mestra Martinha do Coco, Tereza Lopes, Mãe Baiana, Larissa Umaitá, Mestre Gilvan do Vale e Mestra Tamá do tradicional Bumba Meu Boi de Mestre Teodoro.
Pensando nessas raízes, Stéffanie Oliveira explica a relação do álbum com a cidade: “além de uma obra artística de altíssima qualidade, o Samba Candango é um registro histórico de referência para nossa jovem cidade. Esse trabalho, tal como foi pensado, é único do gênero e pioneiro no mercado criativo do DF, principalmente, no que se refere à investigação sobre cultura popular e suas origens. Não se trata de só mais um disco de samba, é um marco na história da música candanga”.
Serviço: Samba Candango
Lançamento do álbum visual dia 7:
https://www.youtube.com/channel/UCtgy4kbKo1XbMfMgi-dQyWQ.
Site: www.rosadosventosinstituto.com.br.