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Sami ul-Haq, pai do talibã, é assassinado em casa

Foto/Arquivo Notibras

O clérigo muçulmano Sami ul-Haq, conhecido como o “pai do Talibã” por ter ensinado alguns dos líderes do movimento islâmico, foi encontrado morto nesta sexta-feira (2) no Paquistão, disseram um parente e seu vice.

Agressores desconhecidos mataram o clérigo, que dirigia um seminário islâmico no noroeste do Paquistão e era visto como um possível intermediário em negociações entre o governo afegão e o Talibã, disse seu vice imediato Yousaf Shah.

Ainda não está claro como ele teria sido morto e nem o motivo de seu guarda-costas e seu motorista aparentemente não estarem com ele no momento do ataque.

Inicialmente, Sha disse que Haq havia sido baleado e morto.

O sobrinho de Haq, Mohammad Bilal disse à Reuters que seu tio foi encontrado com feridas causadas por tiros e facadas em uma casa de sua propriedade em uma área rica nos subúrbios de Islamabad.

“Quando os agressores adentraram na casa (…) eles começaram a agredir o mulá Sami ul-Haq com facas e adagas e depois o balearam até a morte”, disse.

Haq dirigia o seminário Darul Uloom Haqqania no Paquistão, perto da fronteira com o Afeganistão, há décadas.

Um de seus estudantes na década de 1980, conhecido posteriormente como Mulá Mohammad Omar, se juntou, assim como alguns de seus colegas de classe, a grupos de guerrilheiros mujahideen para combater a ocupação soviética em seu país.

Mulá Omar seguiu adiante para fundar o Talibã, que tomou o poder no Afeganistão em 1996 após anos de caos e guerra civil seguintes à retirada militar dos soviéticos.

O porta-voz do Talibã afegão Zabiullah Mujahid disse que “o povo do Afeganistão nunca esquecerá os serviços de Haq” e que seus assassinos seriam “inimigos do Islã”.

O seminário de Haq seguiu forte no Paquistão, inclusive recebendo verbas do governo da província local, que é dirigido pelo partido de Imran Khan PakistanTehreek-e-Insaf (PTI). Haq emergiu como um dos principados aliados de Khan desde que o PTI chegou ao poder na província após as eleições de 2013.

O Ministério do Interior do Paquistão confirmou a morte de Haq em comunicado na noite de sexta-feira e expressou suas condolências.

Um porta-voz das Forças Armadas condenou o “assassinato” e expressou “luto e condolências” à família.

Centenas de manifestantes foram às ruas nas proximidades da cidade de Mardan, perto do seminário de Haq no noroeste do país, incendiando uma estação de pedágios.

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