Em jogo de pouca emoção, Santos e São Paulo não saíram do 0 a 0 na tarde deste domingo, na Vila Belmiro, em duelo válido pela 25ª rodada do Campeonato Brasileiro. O resultado não ajudou muito nenhuma das equipes, mas acabou sendo mais comemorado pelos visitantes.
O ponto conquistado garantiu aos são-paulinos a liderança provisória na tabela, com 50 pontos, um à frente do Internacional, que só entra em campo nesta segunda-feira, contra a Chapecoense, na Arena Condá, em Chapecó (SC). Já os donos da casa desperdiçaram a chance de colar no G6. Permanecem na oitava posição, com 32 pontos, mas podem ser ultrapassados ainda neste domingo pelo Corinthians, que encara o Sport às 19 horas em sua arena.
Na próxima rodada, o time de Cuca sai da Baixada Santista para visitar o Cruzeiro no Mineirão, domingo que vem, às 19h. Um dia antes, a equipe de Diego Aguirre recebe o América-MG no Morumbi, a partir das 16h.
Com suas formações titulares praticamente completas, Cuca e Aguirre mandaram as equipes a campo com propostas bem distintas. O técnico santista quis acelerar com o paraguaio Derlis González e o garoto Rodrygo pelas pontas. O são-paulino, sem seus dois laterais-direitos, optou por um esquema reativo com três zagueiros. O equatoriano Arboleda ficou encarregado de jogar mais aberto.
A ideia dos visitantes era bem clara: tirar a velocidade do jogo, ciente da principal característica do ataque adversário. No início, parecia que não funcionaria, especialmente porque a linha de três zagueiros batia um pouco de cabeça na hora de um deles deixar a formação para dar o primeiro bote. Não à toa, com cinco minutos de jogo, Bruno Alves já estava amarelado após falta mais forte em Rodrygo, justamente quando tentou adivinhar o movimento do oponente e errou o tempo de bola.
Aos poucos, porém, o próprio Santos foi tirando o pé do acelerador e permitindo ao São Paulo equilibrar a partida na base da força física – Jucilei se destacou nesse aspecto. Na verdade, nenhuma das equipes criou chances claras de gol, apesar de os anfitriões terem rondado mais a área rival. Gabriel, artilheiro do Brasileirão com 12 gols, mal encontrou espaço para finalizar.
Ao fim da etapa inicial, Aguirre ainda recebeu péssima notícia: Everton, de volta à equipe após três jogos fora por conta de uma lesão muscular, voltou a sentir o problema e foi substituído por Liziero.
A dinâmica da parte final do San-São mostrou um jogo mais pobre tecnicamente, com as duas equipes sofrendo para criar do meio para frente. Até os 20 minutos, Sidão e Vanderlei eram meros espectadores na Vila.
Cuca, então, tentou mudar algo no seu time ao trocar Derlis González pelo estreante Felippe Cardoso, contratado da Ponte Preta. A ideia era explorar um pouco mais do jogo aéreo. Mas quem acabou ajudando o Santos foi Arboleda. Aos 28, o zagueiro perdeu uma disputa com Rodrygo, que saiu na cara de Sidão. A conclusão, porém, foi para fora, na melhor chance da partida.
Aos 31, então, foi a vez de Aguirre buscar alguma alternativa. Tirou Diego Souza, peça praticamente nula no jogo, e apostou no colombiano Tréllez. Instantes depois, o Santos mexeu de novo: saiu Carlos Sánchez, entrou Bruno Henrique.
Apesar das substituições, o que chamou mais a atenção foi a quantidade de cartões amarelos mostrados pelo árbitro Ricardo Marques Ribeiro: 12 ao todo, sendo sete para o Santos e cinco para o São Paulo. Um retrato do que acabou sendo o jogo: sobrou força, disposição e reclamação, faltou inspiração e técnica.