Bartô Granja, Edição
A forte chuva que caiu em Chapecó na manhã deste sábado (3) não espantou o público que aguardou desde cedo a chegada dos corpos das vítimas do acidente aéreo na Colômbia com o time da Chapecoense. Os corpos chegaram por volta das 12h25 ao estádio, depois de um cortejo que percorreu as ruas da cidade. As arquibancadas estavam lotadas de torcedores que, emocionados, se abrigavam debaixo de capas e guarda-chuvas.
O presidente Michel Temer acompanhou, junto com o governador de Santa Catarina Raimundo Colombo, a chegada dos corpos. “São Pedro chora a morte dos nossos heróis do futebol”, disse, numa referência ao temproal que caiu sobre a cidade na chegada das vítimas.
Apesar da previsão inicial, Temer decidiu ir ao funeral coletivo na Arena Condá. O presidente da República chegou a Chapecó or volta das 9h e inicialmente participaria apenas de uma cerimônia de honras fúnebres no próprio aeroporto. Temer disse que não avisou antes que participaria do velório porque não queria causar transtornos.
“Na verdade eu não poderia dizer antes porque se eu dissesse a segurança ia colocar pórtico na entrada do estádio, iria revistar as pessoas que entram. Por isso só comuniquei que iria agora, para facilitar a vida de todos”, disse.
Alguns torcedores levaram à Arena Condá, inclusive, a bandeira colombiana. “Colombia, gracias por todo”, é o que diz uma das faixas. Outra, em inglês, diz “A todo mundo, o que nos resta é agradecer”.
“O carinho que eles [colombianos] tiveram com todo o povo chapecoense, com todos os brasileiros, foi muito comovente. Por mais que a gente queira demonstrar o quanto estamos gratos, não há palavras para dizer o quanto estamos hornados por tê-los como irmãos, vizinhos. Eu acho que Deus colocou uma nação muito nobre, muito educada e cheia de princípios para ensinar para todo mundo a fraternidade e a solidariedades. Esses professores são os colombianos”, disse Gustavo Braun, corretor de seguros que levava uma das faixas.