Uma mudança na forma de distribuir medicamentos e materiais hospitalares e laboratoriais é a solução planejada pela Secretaria de Saúde para acabar com o desabastecimento nos hospitais públicos. Na manhã desta quinta-feira (28), a pasta abriu, pela primeira vez, as portas da Farmácia Central, localizada no SIA, para mostrar os erros de logística — que ocorrem há décadas no sistema — e as medidas que estão sendo adotadas pelo governo.
O objetivo é centralizar os itens na Farmácia Central e distribuir de acordo com a demanda. Segundo o subsecretário de Atenção à Saúde, José Tadeu dos Santos Palmieri, até então, a compra dos insumos era feita por meio de ata, que previa a demanda anual das unidades de saúde. “Os pedidos chegavam de uma só vez e, como não tínhamos espaço suficiente aqui, pulverizávamos nos hospitais, sem planejamento.” Agora a ideia é fazer uma compra escalonada. “Estamos recolhendo os insumos e teremos o controle em um único lugar.”
Palmieri explicou que, neste mês, os insumos começaram a ser contabilizados de forma mais rigorosa. Esse trabalho está sendo feito por meio de força-tarefa com 20 servidores da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros e 18 da Secretaria de Saúde. Segundo Palmieri, ainda neste ano serão contratados 30 farmacêuticos para ajudar no controle do estoque.
O subsecretário afirmou ainda que o sistema de informática utilizado hoje é deficiente e que a previsão é cadastrar todos os itens por meio de código de barras. “Cada pedido será realizado apenas de acordo com a demanda do hospital, que deverá mandar inclusive o nome do paciente que usará o material.” Segundo ele, esse é um processo que não será resolvido em poucos meses, mas a secretaria está tomando todas as medidas para que o problema seja resolvido o mais breve possível.
Um exemplo da falta de gestão foi o processo de compra de órteses e próteses finalizado em dezembro de 2014. De acordo com a secretaria, a nota de empenho — no valor de R$ 11 milhões — foi assinada em janeiro deste ano, porém, 20 dias depois, foi detectado que a maioria dos insumos era desnecessária. “Ficamos apenas com produtos equivalentes a R$ 900 mil e cancelamos o restante”, explicou Palmieri.