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Se escapar do impeachment, Dilma vai bater na tecla para uma reconciliação nacional

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Ricardo Galhardo

Setores do governo e do PT defendem que, caso a Câmara não aceite o pedido de impeachment, a presidente Dilma Rousseff lidere um amplo processo de reconciliação nacional como forma retomar a estabilidade política, a governabilidade e viabilizar saídas para a crise econômica.

Segundo fontes do Planalto e do PT, o processo seria liderado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na condição de ministro da Casa Civil, e passaria por um entendimento com setores da oposição. A ideia de Dilma enviar ao Congresso um projeto para abreviar seu mandato e convocar novas eleições para presidente, deputados e senadores voltou a ganhar força entre setores do PT e do governo.

Aliados da presidente consideram um novo pleito como uma alternativa viável pela retomada da estabilidade. “Do jeito que está, ninguém ganha”, argumentou um parlamentar.

A ferramenta legal para convocar novas eleições seria uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) de iniciativa do Executivo que precisa de aprovação do Congresso.

Algumas lideranças petistas sugerem que Dilma apresente a PEC em algum momento entre a decisão da Comissão Especial do impeachment e a votação do afastamento na Câmara. A proposta não foi bem vista no Planalto por passar a impressão de que Dilma entregou os pontos.

De acordo com interlocutores da presidente, Dilma tem demonstrado preocupação com o quadro político depois da votação do pedido de impeachment na Câmara. Um dos cenários avaliados pelo governo é de que a instabilidade que marcou o segundo mandato de Dilma até aqui continue mesmo que a presidente consiga barrar o impeachment no Congresso.

Entre os elementos citados por assessores de Dilma estão o pedido de impeachment protocolado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que cita a delação do senador Delcídio Amaral (sem partido-MS) e o julgamento do processo que pede a cassação da chapa Dilma/Michel Temer (PMDB) em tramitação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Nas últimas semanas, esse processo ganhou relevância devido às novas revelações da Operação Lava Jato sobre o uso de dinheiro desviado do esquema de corrupção da Petrobrás para o pagamento de despesas da campanha pela reeleição da petista. O PT alega que todas as doações ao partido foram feitas de forma legal e estão devidamente declaradas na corte eleitoral.

estadao

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