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Se há FGTS para morar e reformar, por que não ter para estudar?

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Por que o FGTS é uma alternativa concreta para adquirir ou reformar um imóvel e não pode ser considerado como forma de pagamento ou garantia de financiamento do ensino superior, algo que possibilita a mudança de vida das pessoas? Apesar do enorme avanço no aumento da renda média dos brasileiros nos últimos anos, nenhum fator isolado tem tanta relevância no aumento de remuneração quanto o diploma de nível superior.

Recentemente, a Kroton realizou uma pesquisa com 11 mil alunos e 667 empresas de todo o Brasil para avaliar o aumento de renda de pessoas que concluem o ensino superior. O resultado mostra que, na média, o salário aumenta 251% em até 4 anos após a formatura.

Precisamos de novas alternativas para acesso ao ensino superior. O Brasil necessita cada vez mais de mão de obra qualificada para garantir seu crescimento sustentável, e existe uma enorme demanda reprimida no nosso país. O Censo da Educação Superior 2013, divulgado pelo MEC (Ministério da Educação) e pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) mostra que mais de 7,3 milhões de estudantes estão matriculados em cursos de graduação oferecidos pelas 2,4 mil universidades e faculdades do país, o que representa aproximadamente 18% do total da população com idade entre 18 e 24 anos.

A Meta 12 do PNE (Plano Nacional de Educação) é atingir 33% – quase o dobro – até 2024. Além disso, aproximadamente 86% da população com 25 anos ou mais ainda não possui educação superior. Este é o tamanho do desafio que temos pela frente.

Atendendo esta demanda, o segmento de ensino superior tem apresentado crescimentos robustos há quase duas décadas. A primeira grande expansão ocorreu a partir de 1996, quando foram autorizadas as instituições com fins lucrativos. O Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) foi criado 3 anos depois, como uma opção aos alunos de baixa renda que não conseguiam bolsa de estudos ou uma vaga nas faculdades públicas.

Para o governo, além de facilitar o acesso, o Fies pode ter sido (e ainda ser, como os números mostram) a forma mais rápida e fácil de expandir o número de matrículas nesta fase de ensino, pois o custo médio para manter um aluno em uma instituição privada é praticamente cinco vezes menor quando comparado ao que é gasto com um mesmo estudante matriculado em uma instituição pública.

Isso sem contar o tempo e os investimentos necessários para construção de novas universidades públicas. E o melhor, com padrões similares de qualidade quando consideramos indicadores como Enade, por exemplo. Desta forma, a iniciativa privada tem cumprido seu papel de aumentar cada vez mais a oferta de ensino.

Américo Matiello Jr.

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