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Conflito insano

Se um não quer, dois não brigam, mas Moscou e Kiev pensam diferente

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Autor/Imagem:
Antônio Albuquerque, - Foto de Arquivo

No contexto turbulento do Leste Europeu, os movimentos recentes têm gerado questionamentos globais e aumentado as preocupações. Para entender melhor o conflito atual e encontrar soluções eficazes, é crucial contextualizar brevemente sua evolução histórica. Desde os tempos da Guerra Fria até os desafios geopolíticos contemporâneos, a Europa Oriental tem sido um ponto focal de tensões e realinhamentos estratégicos.

A Ucrânia e a Rússia compartilham uma história complexa e entrelaçada que remonta há séculos. Durante grande parte da história medieval e moderna, os territórios que hoje formam a Ucrânia estiveram sob a influência da Rus de Kiev, um estado precursor tanto da atual Rússia quanto da Ucrânia. No século XVII, grande parte da Ucrânia passou a fazer parte do Império Russo após a queda do Estado Cossaco de Zaporozhia.

No século XIX, a Ucrânia foi dividida entre o Império Russo e o Império Austro-Húngaro. Após a Revolução Russa de 1917 e a guerra civil subsequente, a Ucrânia declarou sua independência em 1918, mas logo foi invadida e ocupada pelas forças bolcheviques. Em 1922, a Ucrânia tornou-se uma das repúblicas constituintes da União Soviética.

Durante a Segunda Guerra Mundial, a Ucrânia foi palco de combates ferozes e atrocidades, com uma resistência significativa à ocupação nazista. Após a guerra, a Ucrânia foi incorporada como uma república soviética até a dissolução da União Soviética em 1991, quando a Ucrânia finalmente declarou sua independência.

Desde então, as relações entre a Ucrânia e a Rússia têm sido tumultuosas, marcadas por disputas territoriais, conflitos geopolíticos e tensões étnicas e culturais. A anexação da Crimeia pela Rússia em 2014 e o conflito no leste da Ucrânia exacerbaram essas tensões, transformando a região em um ponto crítico da geopolítica mundial.

O anúncio do tratado de apoio mútuo entre a Rússia e a Coreia do Norte, acompanhado pela mobilização de armamento bélico, colocou a comunidade internacional em alerta. Esses gestos, mais simbólicos do que práticos, parecem destinados a sondar reações e equilíbrios de poder.

Por outro lado, a Europa enfrenta decisões cruciais. Alguns países consideram apoiar militarmente a Ucrânia, embora Putin tenha advertido sobre possíveis represálias severas. A situação se agravou com a mobilização de armamento estratégico para lugares como Cuba, desencadeando bloqueios e tensões nos estreitos internacionais.

Nesse contexto, surge a inevitável pergunta: qual papel deve desempenhar a comunidade internacional? As sanções econômicas têm sido medidas parciais, afetando a Rússia sem comprometer outros interesses globais. No entanto, um bloqueio total de energia e combustíveis poderia ser a chave para desinflar o conflito?

Por exemplo, as sanções impostas em 2014 após a anexação da Crimeia incluíram restrições comerciais e financeiras que impactaram significativamente a economia russa. No entanto, essas medidas não conseguiram resolver o conflito de maneira definitiva. Um bloqueio energético poderia ter um impacto mais profundo, dado que grande parte da Europa depende dos suprimentos de gás e petróleo russos.

A guerra moderna não se limita ao campo de batalha; também se trava na diplomacia e na economia. As decisões que os líderes mundiais tomarem nas próximas semanas podem ter consequências devastadoras ou proporcionar uma solução duradoura. É crucial lembrar que essas decisões afetam profundamente a população local, cujas vidas dependem das políticas internacionais.

Em tempos de incerteza e desafios globais, é imperativo que os líderes mundiais ajam com decisão e coerência. Como disse o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, “A paz não é apenas a ausência de conflito, mas a presença de justiça”. Só assim poderemos avançar para uma resolução pacífica e sustentável na Europa Oriental, onde todos os atores encontrem um terreno comum para a paz e a prosperidade futura. A ação coletiva deve proteger os direitos e o bem-estar da população local, assegurando um futuro estável e justo para todos.

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