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Se vivo fosse, Dante diria que o inferno é aqui

A obra de Dante Alighieri é imortal porque tem a capacidade de se manter atual, mesmo tendo sido escrita há mais de 700 anos. N’a Divina Comédia, ele apresenta três partes: o inferno, o purgatório e o paraíso. Aproveito o bordão popular de que “a vida imita a arte”, para estabelecer coincidências que me levam a crer que o inferno é aqui, pelo menos no aspecto poético. Nesses últimos dias, nada tem me tirado da cabeça, que no oitavo círculo do inferno idealizado por Dante, figuram tipos de pessoas que são resistentes ao tempo e ao fogo do inferno, apesar das punições a que são submetidos. Bem verdade que as punições tupiniquins levam no máximo 1/6 da pena; e talvez seja por isso que os corruptos conseguem resistir a submersão no lago de piche fervente chamado Paranoá; que os ladrões, mesmo que picados por serpentes, insistem em alegar inocência; que os maus conselheiros, procuram o centrão do fogo para que, mesmo envolvidos por infinitas chamas, não padeçam ardendo; e os que semeiam a discórdia na proteção da alvorada do cercadinho, ainda sobrevivam a tentativa de mutilação pelos demônios da CPI.
Posso ter forçado a barra, mas que é parecido, isso é.

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