Fortaleza
Seca ajuda a esquentar alegria dos foliões do Ceará
Publicado
emEdwirges Nogueira
Enquanto alguns se guardam para os quatro dias de folia de fevereiro, fortalezenses e visitantes da capital cearense estarão com o bloco na rua oficialmente a partir de agora, com a inauguração do Ciclo Carnavalesco 2017. Ao todo, a folia vai se estender por 33 dias, reunindo blocos, afoxés, escolas de samba, cordões, maracatus e outras atrações em diversos bairros.
“A gente resolveu chamar esse período de Ciclo Carnavalesco por que, antigamente, o pré-carnaval era muito cheio, mas, quando chegava o carnaval, a cidade viajava e ficava pouca gente. Investimos no Ciclo Carnavalesco trazendo atrações e criando pólos na cidade desde o primeiro dia de pré-carnaval até o último dia do carnaval e isso tem dado um resultado muito bacana. As pessoas agora ficam em Fortaleza para ver o carnaval”, conta a gerente da Célula de Patrimônio Imaterial da Secretaria da Cultura Municipal (Secultfor), Graça Martins.
No ano passado, segundo a secretaria, a cidade recebeu 90 mil visitantes no período e a expectativa para 2017 é superar esse número. Nesta noite, os foliões poderão se dividir entre a Praça do Ferreira, com o bloco Luxo da Aldeia, e o Mercado dos Pinhões, com o samba Batuque da Gente. Os dois locais ficam no centro de Fortaleza.
No total, este início de Ciclo Carnavalesco vai contar com 58 blocos de rua. A prefeitura de Fortaleza investiu R$ 530 mil em editais públicos de incentivo a esses grupos. Há também uma chamada pública para patrocínio da iniciativa privada, que prevê uma cota única de, no mínimo, R$ 400 mil.
“É a primeira vez que a prefeitura lança um edital com o objeto de captar recursos da iniciativa privada para financiar o ciclo carnavalesco da cidade. Entendemos que o carnaval de Fortaleza cresceu bastante e tem um grande impacto na economia da cidade. Nesse sentido, o poder público e a iniciativa privada devem se unir para prover um bom carnaval, especialmente em um momento de contenções financeiras”, explica o assessor jurídico da Secultfor, Vitor Studart.
A prefeitura estima que o período gere mais de R$ 200 milhões em toda a cadeira produtiva do turismo. Na última terça-feira, o prefeito reeleito Roberto Cláudio anunciou uma série de medidas de contenção de custos com o objetivo de reduzir as despesas da máquina pública em R$ 250 milhões por ano.
Já no âmbito do governo do estado, pelo terceiro ano seguido, o governador Camilo Santana determinou por decreto que nenhum órgão da administração repasse verbas para patrocinar festejos de carnaval. O motivo, segundo a Casa Civil, é a priorização de gastos públicos nas áreas de saúde, segurança e recursos hídricos, devido à seca prolongada no Estado.