O Tribunal Regional Eleitoral do Rio (TRE-RJ) informou que conforme a Resolução TSE (Tribunal Superior Eleitoral) nº 23.405, que trata do registro de candidaturas, as coligações são independentes, ou seja, o fato de um grupo de partidos se unir para requerer a candidatura de uma pessoa ao cargo de governador, por exemplo, não obriga que esses partidos estejam juntos para indicar alguém para senador. Cada agremiação pode se unir a outros partidos para outros cargos ou lançar até candidatura própria independente.
“Digamos que os partidos A, B e C estejam coligados para apoiar um candidato ao cargo de governador, essa é uma situação. Para outro cargo, o de senador, por exemplo, eles podem ou não estar coligados. A coligação vale apenas para o cargo de governador, não para os demais, como o de senador. As coligações são fechadas para cada cargo”, informou o TRE em nota.
Baseado nisso, o PDT regional, que até a semana passada estava na coligação formal com o PMDB, apoiando a reeleição do governador Luiz Fernando Pezão, manteve a candidatura do presidente nacional e regional pedetista, Carlos Lupi, visando oferecer um palanque para a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT), entre os candidatos ao Senado no estado. No último sábado, Pezão esteve na sede do PDT fluminense, no Centro do Rio, tentando demover os pedetistas da ideia, mas, em vão.
Então, orientado pelo presidente regional do PMDB, Jorge Picciani – que apoia a candidatura a presidente do senador Aécio Neves (PSDB-MG) – Pezão retirou a vaga de vice do deputado estadual Felipe Peixoto (PDT) da sua chapa e a deu para o senador Francisco Dornelles (PP). Oficialmente, o PDT está fora da coligação.
Peixoto bem que tentou convencer a executiva estadual pedetista de que a permanência dele como vice da chapa de Pezão era mais importante que a eleição de Lupi a senador. “Eu expliquei a importância de manter o partido na chapa majoritária através de meu nome. Isso era melhor para o PDT, conforme decidido em convenção da legenda (no último dia 16). Mas fui voto vencido. Fiquei triste”, lamentou o parlamentar, acrescentando que a legenda ficou dividida em relação à questão.
O pedetista disse que vai trabalhar na coordenação da campanha do governador. “Farei o que ele me pedir”, disse Felipe, que preferiu não disputar a reeleição para a Assembleia Legislativa do Rio nem tentar eleição para deputado federal, como planejara inicialmente.
De acordo com a Executiva, foi oferecido pelo partido a Felipe a possibilidade de disputar eleição para deputado federal ou mesmo para governador, o que ele também recusou.
“A candidatura do Lupi surgiu para dar um palanque à presidente Dilma Rousseff no estado, logo depois do PMDB anunciar, na semana retrasada, que o ex-governador Sérgio Cabral abriria mão de tentar eleição para senador em favor do vereador César Maia (DEM). Mas Maia vai pedir votos ao presidenciável do PSDB, senador Aécio Neves (MG). Nós somos Dilma e não abrimos mão disso. Na reunião, o presidente da Juventude do PDT, Everton Gomes, sugeriu que Felipe fosse candidato a governador, para marcar posição. Mas ele não quis. Vamos tentar convencê-lo a ser candidato a deputado estadual ou federal. O prazo para isso, segundo a legislação eleitoral, é 6 de agosto”, informou o jornalista Oswaldo Maneschy, membro da executiva regional do PDT.