Dos 12 tipos de crime que a Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social leva em consideração ao fazer as estatísticas de criminalidade em Brasília, oito tiveram seus índices reduzidos nos primeiros 120 dias deste ano em relação ao mesmo período de 2014. “Atribuímos esse resultado ao trabalho conjunto de todos os órgãos que integram a segurança pública local”, disse o titular da pasta, durante coletiva de imprensa na tarde desta terça-feira (5).
A taxa de homicídios caiu 7,8% de um ano para o outro; a de roubo de veículos, 41,5%; a de assaltos a comércios, 39,3%; e a de estupro, 24,4%. Ações preventivas também foram reforçadas. A repressão ao uso e ao porte de drogas aumentou 91,8% nesse período, e o flagrante de posse ilegal de arma de fogo cresceu 5,6%.
Abril, comparado ao mesmo mês de 2014, também apresentou resultados positivos, embora haja preocupação maior com o aumento de dois tipos de crime: roubo a pedestres e em coletivos. O primeiro foi registrado principalmente no Plano Piloto, em Ceilândia e em Taguatinga. Já os moradores da Estrutural, do Recanto das Emas, de Samambaia e de Ceilândia estão sofrendo mais com assaltos a ônibus do transporte público. “Foi um mês atípico, em que policiais foram deslocados para cobrir diversas manifestações; acreditamos que isso tenha impactado nesses índices”, avaliou o secretário.
Para combater esses tipos de crime, a Polícia Militar lançou hoje a operação Rosácea. Até domingo (10), 300 militares reforçarão o policiamento nas ruas de todas as regiões administrativas, principalmente as que tiveram maiores índices de criminalidade. “Vamos dobrar as abordagens aos coletivos”, disse o chefe do departamento operacional da PM, coronel Mauro Lemos. Por mês, a corporação faz cerca de 400 mil abordagens a pedestres e 1,5 mil a ônibus. A expectativa é que, até o fim do ano, esses dois tipos de crime tenham redução de 20%.
Com o objetivo de ajudar na redução dos índices, a Polícia Civil vai ampliar o atendimento da delegacia eletrônica para que pelo menos 17 tipos de ocorrência possam ser registrados on-line — atualmente são três. A medida depende de ajustes no sistema de informática e, segundo o diretor-geral da corporação, Eric Seba, terá início em breve. Outra novidade para os próximos meses será o envio dos boletins de ocorrência por e-mail. Hoje, é preciso ir à delegacia para obter uma cópia do registro.
Também durante a entrevista coletiva, o comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Hamilton Santos Esteves Junior, destacou as ações de prevenção deste ano. “A atividade preventiva é a que menos aparece, mas é uma fase tão importante quanto a de ação.” Em 2015, a corporação visitou 10.333 casas e eliminou 783 focos de dengue e de febre chikungunya. Entre atendimentos de ocorrências, vistorias, análise de projetos de combate a incêndio e perícias, os bombeiros realizaram 21.682 ações nos primeiros 120 dias do ano.
Campanhas educativas e blitze também surtiram efeito. Agentes do Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF) realizaram 73 operações de fiscalização, flagraram 1.334 motoristas alcoolizados e apreenderam 1.683 veículos irregulares. Resultado: 18 mortes a menos em 2015, uma diminuição de 12,6% em relação ao primeiro quadrimestre de 2014.
O secretário Arthur Trindade fez ainda um balanço do Pacto pela Vida. O programa funciona de maneira experimental em quatro regiões administrativas: Taguatinga, Plano Piloto, Sobradinho/Fercal e Santa Maria. “Estamos em fase de construção dos indicadores para, assim, identificar os gargalos.”
Ele destacou a instalação da Câmara Técnica de Homicídios, cujo objetivo é melhorar a capacidade investigativa por meio de uma produção de provas mais eficaz. Ela deve começar a funcionar em junho e será resultado de um termo de cooperação a ser assinado entre a secretaria, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios e o Tribunal de Justiça do DF e dos Territórios. “Queremos prender, mas precisamos nos articular para que isso se reverta em condenação do criminoso e o ciclo se feche por completo”, explicou o diretor-geral da Polícia Civil, Eric Seba.
Paula Oliveira, Agência Brasília