A seleção brasileira terá à sua disposição a partir desta segunda-feira, em Londres, um dos mais modernos centros de treinamentos do futebol mundial. A segunda fase de preparação para a Copa da Rússia vai ser feita no CT do Tottenham, que tem duas das principais características desejadas pela comissão técnica liderada por Tite: infraestrutura e privacidade. Por isso, foi escolhido ainda no ano passado.
A equipe brasileira ficará 12 dias na Inglaterra. Passa o próximo final de semana em Liverpool, onde no domingo faz amistoso contra a Croácia. Nos outros 10 dias, de acordo com a programação inicial, treinará no Tottenham Hotspur Training Centre, um complexo localizado em Enfield, na região norte da capital inglesa, que tem até hotel com 45 apartamentos.
As dependências de hospedagem, onde ficarão os jogadores e boa parte da comissão técnica – o restante da delegação ficará em hotel próximo – foi finalizada há algumas semanas. Os brasileiros vão inaugurar o local.
De certa forma, a entrega do hotel representa a conclusão do CT inaugurado em 2012 e que tem, entre outras instalações, 15 campos de futebol (quatro de uso exclusivo do time principal do Tottenham), ginásio poliesportivo, salas de aquecimento e alongamento, piscinas para recreação e hidroterapia, auditórios e academia com aparelhos de última geração.
Há, também, um campo de grama sintética fechado e coberto (para dias de chuva ou neve) e um campo iluminado para treinamentos à noite. Além de uma sala onde é possível fazer aclimatação para jogos na altitude de até 4 mil metros.
“Conheço bem os centros de treinamento, mas o que estão fazendo lá é incrível. É um hotel cinco estrelas com infraestrutura, academia, campos ao lado”, disse o coordenador de seleções da CBF, Edu Gaspar, ao explicar por que escolheu o CT do Tottenham como base da seleção na penúltima escala antes de chegar a Sochi – no dia 10, enfrenta amistosamente a Áustria, em Viena, e em seguida ruma em direção à Rússia, onde estreia na Copa no dia 17 contra a Suíça, em Rostov.
A CBF não revela o custo do uso do CT. Nem se o espaço foi de fato alugado. Fala apenas em uma “parceria” com o time inglês. A estimativa é que o Tottenham tenha gasto 70 milhões de libras (R$ 341,3 milhões ao câmbio atual) na sua construção, que de acordo com o clube ocupa área de 311,6 metros quadrados em um terreno de 77 hectares – uma antiga fazenda – e normalmente também é usado pelas equipes de base e femininas do Tottenham. A seleção inglesa ocasionalmente faz a sua preparação para algumas partidas ali.
Um brasileiro que conhece bem o Tottenham Hotspur Training Centre é o meia-atacante Lucas Moura. Ele chegou ao clube em janeiro e disse que o espaço foi um dos motivos que o levaram a trocar o Paris Saint-Germain pela equipe inglesa. “O CT é sensacional. Fiquei muito surpreso quando conheci. É uma estrutura sensacional, vários campos, lugar muito espaçoso, academia gigante”, disse Lucas, que passa as férias na Disney, nos Estados Unidos, por mensagem de texto enviada ao Estado. “Sem dúvida nenhuma a seleção vai ficar muito satisfeita”, garantiu.
Outra característica do espaço é a sustentabilidade Segundo informa o Tottenham, 10% de toda a energia consumida é produzida no local por meio de várias fontes, como uma matriz fotovoltaica no prédio do edifício principal do complexo. Também houve preocupação com o meio ambiente, com o plantio de 150 árvores e preservação de cursos d’água e vegetação.
O centro de treinamento fica em uma região rural e, por isso, o Tottenham decidiu interagir com a comunidade, criando programas educacionais e de assistência que atendem 2.500 mil pessoas. A previsão é de investir 2,3 milhões de libras (R$ 11,2 milhões) em ações voltadas para a comunidade local.