Notibras

Sem Cidade das Esmeraldas, acabamos como mundos paralelos

Só vou te esquecer no dia que não houver aurora
Você mora num sonho recorrente, que é sempre perfeito
Vejo um campo de flores, você nunca vai embora
Suas amáveis palavras reverberam dentro do meu peito

As coisas não foram como pedimos na juventude
Não foi o destino que escrevemos nas estrelas
Trilhamos caminhos opostos aos jurados amiúde
Mas fiz promessas e não consigo esquecê-las

Eu lembro bem da época que você me encontrou
Tudo que sou hoje era somente uma intenção
Existia uma coisa em mim que só você enxergou
Você veio e me acolheu, guardou no coração

Sempre soube que nossa jornada não seria fácil
Algum momento a realidade viria em rota de colisão
Nós zelamos por esse elo, mesmo que tão frágil
Quando tudo viesse abaixo, não largaria a sua mão

Faria tudo de novo, pelas mesmas rotas arriscadas
Ao seu lado, foram Estradas de Tijolos Amarelos
Pena não termos achado a Cidade das Esmeraldas
Acabamos distantes como dois mundos paralelos.

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Rafaela R. S. Cepeda conheceu a poesia aos sete anos de idade, numa feira escolar de livros. O encontro deu início a um fascínio duradouro pela habilidade de transformar palavras em obras de arte. Defensora da poesia como ferramenta de expressão, educação e arte. É autora de “Céu de Espirais” e “Lagoa Negra”, pela Ed. UICLAP.

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