Depois dos sem terra, chegou a vez de quem não tem onde morar. Foi assim que começou a quinta-feira, 28, com o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) realizando manifestações contra o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Segundo os organizadores, cidades de pelo menos oito Estados e do Distrito Federal são palco dos protestos dos movimentos da Frente Povo Sem Medo, que bloqueiam ruas e avenidas.
Segundo o próprio MTST, são 14 bloqueios na região metropolitana de São Paulo. As manifestações acontecem simultaneamente em Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre, Recife, Fortaleza, Goiânia, Belo Horizonte, Uberlândia e Brasília, segundo o próprio movimento.
Em São Paulo, os manifestantes fecharam rodovias como a Régis Bittencourt nos dois sentidos e a Raposo Tavares com queima de pneus. A pista local da marginal Tietê e a avenida Giovanni Gronchi também foram bloqueadas. No Rio de Janeiro, as paralisações acontecem na BR-101, no acesso a Ponte Rio-Niterói.
Segundo o jornal Folha de S. Paulo, a avenida Jacu Pêssego foi fechada às 7h na altura do cruzamento com a avenida Ragueb Chohfi. Cerca de 100 pessoas participaram da interdição, gritando palavras de ordem contra Michel Temer e Eduardo Cunha. “Não tem arrego; ou negocia ou não vai ter sossego”, cantavam. A Polícia Militar reagiu com balas de borracha, iniciando a dispersão. Um manifestante foi detido.
“O objetivo da mobilização é denunciar o golpe em curso no país e defender os direitos sociais, que entendemos estarem ameaçados pela agenda de retrocessos apresentada por Michel Temer caso assuma a presidência”, diz comunicado do MTST nas redes sociais. “Não aceitaremos golpe. Nem nenhum direito a menos”, completa a nota.