O governo Lula resgatou o Brasil, e suas ações promovem um crescimento ordenado, robusto e sustentável. Isto fica patente observando os indicadores econômicos e sociais. O Brasil cresceu 3,2% em 2023 e projeta-se 3,5% em 2024. Quase 7% em dois anos, um dos maiores crescimentos do mundo. Agrega-se a isto a elevação da renda das classes médias, a classe C cresceu 9,5% em 2024, ao passo que a renda da classe B cresceu 8,7%, bem acima da inflação e do PIB. As classes mais desfavorecidas (D e E) também tiveram expansão da renda de quase dois dígitos, muito influenciado pelo aumento real do salário mínimo e programas sociais como o Bolsa Família, o que fez a pobreza extrema cair de 5,9% para 4,4%; e aproximadamente 9 milhões de pessoas deixarem de ser pobres.
Observa-se ainda uma queda vertiginosa do desemprego, que atingiu em novembro de 2024 6,1% o menor nível já registrado. O nível de ocupação está em 58,8% com mais de 103 milhões de pessoas ocupadas (até setembro de 2024 foram mais de 3,6 milhões de empregos formais gerados), sendo que 51% com carteira de trabalho assinada, e 38,7 % em relações informais de trabalho. Relatório recente da consultoria Tendências, uma das maiores do Brasil, mostra que houve uma mobilidade social grande, fazendo com que mais de 50% das famílias se encontrem hoje na faixa denominada classe média, as classes A, B e C, cuja renda é superior a R$3.400,00. Ressalta-se que este incremente de classe média ocorreu pela migração de famílias das classes D/E (pobres e muito pobres) para a classe C, graças à diminuição do desemprego e elevação da renda.
A despeito do terrorismo do mercado financeiro, a dívida bruta sobre o PIB está em 77%, e a dívida líquida em 61%, muito abaixo de inúmeros países, como Japão 260%, Itália 137%, EUA 122%, França 112%, Espanha 105%, Portugal 100%, para ficar em alguns países tanto com PIB maior, PIB igual ou PIB menor do que o do Brasil. E olha que o argumento usado pelo mercado para justificar seu terrorismo seria o descontrole fiscal, com uma dívida explosiva e crescente. Nada mais falso.
A inflação está sob controle (4,8% em 2024), dentro de um patamar que é histórico no Brasil, país que enfrenta situações de sazonalidade climática drásticas e possui uma extensão e diversidades geográficas que tornam impossível uma inflação muito abaixo dos patamares observados historicamente. Mesmo com as enchentes que ocorreram ano passado no Rio Grande do Sul, e a queimadas, muitas delas criminosas, no cerrado e na Amazônia, eventos que impactaram sobremaneira o preço de mercadorias agropecuárias e alimentos, maiores responsáveis pela inflação, não houve nenhum descontrole, a inflação ficou abaixo de 5%.
Então, o que explica 61% da população dizer que a econômica está no rumo errado, segundo pesquisa recente do Datafolha? Ainda segundo a mesma fonte, por quê 67% acredita que a inflação está fora de controle e vai piorar, e somente 47% acreditam que pode haver melhorias em 2025? A narrativa responde a essa pergunta.
É sabido que as grandes empresas de comunicação do país, bem como inúmeros influenciadores digitais alimentados por uma elite inescrupulosa, batalham dia após dia para espalhar um quadro de deterioração econômica e social que não existe, e que encontra respaldo no mercado financeiro que se utiliza do clima de terror para pressionar o câmbio e os juros, visando única e exclusivamente ganhar rios de dinheiro com a especulação fruto deste terrorismo.
Esta situação de clima instável fabricado pode ser facilmente verificada quando vemos as manchetes dos principais meios de comunicação do país. Veja-se o exemplo de algumas sobre a inflação: CNN – IPCA fecha 2024 em 4,83% e estoura a meta de inflação; G1 (Globo) – Mercado estima inflação próxima de 5% este ano e aumento maior nos juros; Folha de São Paulo – Inflação: alimentos ficam mais caros em 2024; UOL – Mercado financeiro eleva previsão da inflação de 5,08% para 5,5% em 2025. Só destaques negativos de uma mídia sócia do mercado financeiro e que quer derrotar este governo.
E a divulgação das melhorias que estão em curso no país? Praticamente não se vê, e quando há, sempre longe dos destaques, escondidas.
Há muito tempo se cunhou a expressão de que a comunicação constitui um quarto poder que se sobrepões a todos os outros três. E a ver o que se depreende do ânimo da população por meio de pesquisas divulgadas pela própria mídia dominante, fica claro que a narrativa desta grande mídia acaba prevalecendo. Aliás, estas próprias pesquisas precisam ser vistas com uma lupa pelo seu viés de abordagem, pois no geral são contratadas por pessoas ou instituições que querem o pior deste governo, grupos sociais que não se conformam com um governo que olha para a parcela mais necessitada e promove políticas públicas de resgates da dignidade de quem mais precisa.
Então, o que fazer? A receita é sabida, mas não custa repetir: os movimentos sociais, os sindicatos, as associações progressistas, os partidos políticos comprometidos com este projeto, as cidadãs e cidadãos que conseguem perceber o que se passa e têm consciência social, enfim, todos os atores que têm compromisso com um país mais justo, menos desigual, mais democrático, devem se engajar para ontem em campanhas de informação e combate às fake news, seja nas redes sociais, nos lares, nos bares, nos clubes, nas esquinas, onde for possível. Fomentar o debate sobre o país, sobre a realidade factual para se contrapor às bolhas de desinformação que vicejam em busca de retrocessos no país para que ele deixe de ser o Brasil de todos e volte a ser o Brasil só de alguns, é urgente.
Finalizando, faço minhas as reflexões de Frei Beto: sem um trabalho efetivo nas trincheiras digitais, na educação política da população, no trabalho de base, e claro, com o governo contribuindo com uma comunicação mais eficiente, mais efetiva, embora muito esteja sendo feito, poderemos ver um gigantesco retrocesso em 2026.
……………………..
Antonio Eustáquio Ribeiro, ex-diretor do Sindicato dos Bancários de Brasília, é mestre em Políticas Públicas.