Às vezes, sou apenas um sussurro no vento,
Uma sombra que se esvai, quase imperceptível,
Meus passos ecoam em vão, sem alento,
Enquanto o mundo segue, indiferente e inacessível;
Nas multidões, sou uma gota no oceano,
Perdida entre rostos apressados e olhares vazios,
Minha voz se perde no tumulto insano,
E meu coração, solitário, chora em desafio;
Não sou estrela que brilha no céu noturno,
Nem lua que ilumina os sonhos dos amantes,
Sou apenas um verso esquecido, taciturno,
Na poesia da vida, sem aplausos ou instantes;
Às vezes, me sinto como um grão de areia,
Insignificante na vastidão do tempo e espaço,
Minhas lágrimas se misturam à maré cheia,
E meu sorriso se perde na névoa do cansaço;
Não há utopias aqui, apenas a realidade crua,
O peso da solidão, a dor da invisibilidade,
Mas, eu persisto, mesmo quando me sinto perdida,
Porque a vida é uma jornada, e eu sou a estrada.