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Senado cassa o mandato do senador Delcídio Amaral, o homem-bomba do PT

Bartô Granja, com Agências

O senador Delcídio do Amaral (sem partido, MS) teve seu mandato cassado na noite desta terça-feira, 10, por 74 votos. Dos 81 senadores, houve uma abstenção e cinco ausências. Renan Calheiros, presidente da Casa, não vota. A vaga será ocupada por Pedro Chaves (PSC-MS).

Ex-líder do governo Dilma Rousseff, Delcídio é conhecido como homem-bomba, por ter muitos segredos guardados. A expectativa é a de que, sem mandato, ele resolva contar o que sabe sobre supostas práticas de corrupção nos governos de Lula e Dilma.

Ele  foi responsável pela principal acusação contra a petista ao se tornar delator da Operação Lava Jato. Em seu acordo de colaboração, o ex-senador afirma que Dilma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva atuaram para tentar libertar empreiteiros presos pela Lava Jato.

A principal prova contra o agora ex-senador no Conselho de Ética foi a gravação de uma conversa dele com Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, na qual Delcídio promete ajuda financeira à família do ex-executivo da estatal e sugere a ele um plano de fuga do país.

O áudio da conversa, gravada por Bernardo, foi entregue aos investigadores da Lava Jato, o que levou à prisão de Delcídio em novembro do ano passado. Após ser preso, o ex-senador decidiu fechar um acordo de delação premiada.

Delcídio afirma, em sua colaboração judicial, que partiu de Lula a ordem para que ele convencesse o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró a não implicar o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente, em acordo de delação premiada. Lula nega a versão do ex-senador.

O ex-senador também afirmou em depoimento que a nomeação do desembargador Marcelo Navarro para o STJ (Superior Tribunal de Justiça) foi uma estratégia discutida com a presidente Dilma Rousseff para que o novo ministro do STJ votasse pela libertação de empreiteiros presos pela Lava Jato. Tanto Dilma quanto Navarro negam.

A delação de Delcídio implicou um total de 74 pessoas em supostas práticas irregulares, nem todas ligadas ao esquema de corrupção que envolveu empreiteiras nacionais e a Petrobras.

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