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‘Sensibilidade ajuda muito a inspirar o que escrevemos’

Cadeirante, bacharel em curso da Universidade Federal Fluminense, servidor do Poder Judiciário e escritor de mão cheia. O nome?  Álvaro Eduardo Guimarães Salgado. Nesta entrevista, ele apresenta o melhor caminho para se chegar a um bom texto: sensibilidade e inspiração. O resto, diz, vem naturalmente.

Veja os melhores trechos da entrevista, feita por e-mail:

Fale um pouco sobre você, seu nome (se quiser, pode falar apenas o artístico), onde nasceu, onde mora, sobre sua trajetória como escritor.

Meu nome é Álvaro Eduardo Guimarães Salgado, tenho 66 anos e sou cadeirante. Eu escrevo desde muito cedo, desde uns 12 anos de idade. Como eu tinha muita dificuldade de locomoção, eu usava a escrita como meio principal de interação social e comunicação interpessoal.

Como a escrita surgiu na sua vida?

O meu primeiro contato de verdade com a literatura foi MAXIM GÓRKI, aos 12 anos, com a sua trilogia: MINHA INFÂNCIA, MÃE e MINHAS UNIVERSIDADES. Esses três livros me arremataram. Eles despertaram em mim uma profunda necessidade de conhecer o MUNDO, o mundo externo (os homens e os lugares que eles habitam) e o mundo interno (os sentimentos, as sombras e assombrações). Foi uma virada de chave na minha vida.

De onde vem a inspiração para a construção dos seus textos?

Às vezes a inspiração vem no bico de um beija flor que deixa nas flores a essência da vida. Mais concretamente, a verdade é que os temas me chegam através de muita meditação e esforço físico em escrever, escrever e escrever. Um exercício diário é prazeroso em minhas horas de lazer. Amo escrever e através da escrita me envolvo com o mundo.

Como a sua formação ou sua história de vida interferem no seu processo de escrita?

Sou formado em CIÊNCIAS SOCIAIS pela Universidade Federal Fluminense (UFF) de Niterói RJ e trabalho na justiça estadual.

Quais são seus autores favoritos?

Meus autores prediletos são MACHADO DE ASSIS, GORKI e os mais atuais, aqueles que escrevem policiais com maestria, como o RAPHAEL MONTES.

Qual é o tema mais presente nos seus escritos? E por que você escolheu esse assunto?

O meu principal estímulo para escolher os meus temas são as ocorrências ao meu redor. Observo os detalhes, os sons e os ruídos que me envolvem. Os temas sociais aguçam a minha sensibilidade. O cotidiano meu e das pessoas são o foco da minha inspiração. Adoro refletir sobre o mundo e as pessoas, com isso, acredito, contribuo com a melhora do pensamento social e a qualidade dos relacionamentos humanos.

Para você, qual é o objetivo da literatura?

Penso que a literatura estabelece um canal entre as pessoas e o seu mundo interno. E serve, também, como possibilidade de conhecimento e autoconhecimento. Enquanto escrevo percorro o caminho que vai do Mental ao Emocional, passando pelo Corporal. Não dizem que O CORPO FALA? Eu falo e>> escrevo, escrevo e falo e na dança das palavras eu disparo e vou voando nas nuvens da poesia e ao labirinto dos enredos eu me encontro. Desencontros sempre acontecem, mas são os limites que devemos suportar para numa breve vida, VIDA PLENA se faça.

Qual a sua avalição sobre o Café Literário, a nova editoria do Notibras?

Conhecer o CAFÉ LITERÁRIO tá sendo uma ótima oportunidade de ver os meus textos publicados em um ambiente qualificado. Um nobre espaço para autores novos. Aplaudo de pé a ideia de criar esse espaço. Como desconhecido espero ser lido por um público que sabe escolher os textos e tecer críticas. Quero ser conhecido na esperança de estar acrescentando algo de valor a cultura.

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